Ganda Ordinarice

Desabafo bem intencionado e imagético sobre o Salão Erótico de Lisboa.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Para o ano há mais!






Pronto! Está na hora do Sayonara.
Para o ano há mais!
Há mais Salão. Sei lá o que vou andar a fazer.
É muito pouco provável que resista ao impulso de andar por lá.
Quanto a escrevinhações, como diria a Margarida Rebelo Pinto...Sei lá!
Algumas duplas para show lésbico que seriam sucesso garantido: Margarida Rebelo Pinto/Inês Pedrosa; Agustina Bessa Luís/Rita Ferro; Mafalda Lopo de Carvalho/Leonor Sousa.
Não negue à partida uma ciência que desconhece.
Do cruzamento entre vibradores Light e Literatura Heavy pode ser que aconteça algo de bom a este pequeno rectângulo no Beira Mar plantado.
Viva o Jardel!


Bye Bye Love:

Euronews - No comments

























Doris Day - Que Sera Sera:

Ó Abreu, foi na “mouche”, meu!




Este senhor é o quase-arquitecto João Abreu, que ganhou o concurso de contos eróticos. Meteu-se no carro no berço da nacionalidade (Guimarães, ó ignorantes!) e chegou a Lisboa, ao Centro de Congressos da FIL, para ser agraciado pelos seus dotes literários.
É um jovem fleumático. Não escreve poesia.
Escrevo eu.





Yakitate!! Japan (versão havaiana):

Lopes, sua ganda ex-puta!




Sai um ganda smile da Ana Lopes, ex-puta, ex-stripper, antropóloga, presidente e fundadora da IUSW --- International Union of Sex Workers.
Ah! e autora de “Trabalhadores do Sexo, Uni-vos!”, a publicar em Outubro pela D.Quixote e com presença garantida no Salão Erótico de 2007.
Um extenso ensaio sobre os profissionais do sexo, com trabalho de campo (entrevistas e investigação), realizado em vários países, entre os quais Inglaterra e Portugal.
Ana dissertou de forma perfeitamente coerente e elaborada sobre o tema “Sexo profissional, sexo com direitos”.
Se já teve direito a entrevistas na televisão e em jornais de referência como o PÚBLICO, quanto é que vai uma aposta que ainda se vai ouvir falar muito desta menina?
O tema é importante. O tema é escaldante. O tema choca muitos. O tema é normal para muitos.








A Ana é muito simpática e tem um belo sorriso.
Agora já é tarde para ser cliente.
Apesar disso, já tivemos relações...profissionais: ela como autora, eu como jornalista. E blogger, já agora!

La Putain de Nancy:

Sempre a abrir




Com www.rapidinha.net é sempre a abrir.
Ou Carnaxide não fosse um grande centro da sensualidade portuguesa. Quem não conhece o estabelecimento da Av.Edmundo Lima Bastos, loja 8 C 2790-486 ? Das 10 às 13 e das 15 às 20 de segunda a sábado.
Fica ao pé de uma farmácia e da tele-pizza. Outras referências: o Parque Suécia e o Central Park.
Está tudo no folheto.
“Visite a nossa loja em Carnaxide e conheça o espaço acolhedor e agradável que criámos para si. Um novo conceito de loja para venda de artigos eróticos, onde terá atendimento personalizado e poderá comodamente adquirir os mais variados artigos para a ua intimidade. Visite-nos!”.
As capas dos folhetos são sugestivas. Boazonas louras de soutiens de renda preta (ai, que perdição!, catálogo 4) ou boazonas morenas de mamas ao léu e orelhinhas de coelhinha (ai, que perdição!, catálogo 2).
Abram, por favor!
Há de tudo, como na farmácia. Da “Fantasia Salomé”, ao creme depilador “BlitzBlank” (não sei porquê, lembra-me os caça-bombardeiros alemães Stuka), passando pelo “Stud 100” (spray retardante seguro e eficaz para retardar a relação sexual, tenha horas de prazer).
E, caras amiguinhas, no que toca a vibradores é um ver se se aviam: o ICE BREAKER (excelente para quebrar o gelo, vibração e rotação independentes, tal como na Assembleia da República), o RED JELLY (Dildo super-deslizante, muito macio e flexível, referência 522406) ou o SEX DRUG (vibrador de pérolas rotativas envolvidas com uma capa muito macia em silicone. A glande vibra e o vibrador clitoriano dá-lhe orgasmos intensos). Presumo que se deva consumir a 18 graus.








































The Rebirth - Evil Vibrations:

Só falta o Johny Deep...




Senhoras e senhores, meninos e meninas, sejam muito bem-vindos à Private, marca pornograficamente reputada que leva mais de 30 anos ao serviço do respeitável público.
Este filme não vi. Chama-se “Robinson Crusoe on Sin Island”, que é como quem diz “Robinson Crusoe na Ilha do Pecado”. O folheto avisa que se trata de “piratas em paraíso sexual: uma lenda épica de xxx proporções”. Por xxx entenda-se desmesuradas e não uma saborosa incógnita matemática.
Não tem o Johny Depp, mas poderia ter o Johny Deep. Tem o Kevin Long (referência ao tamanho do sabre), o Lauro Giotto e o Philippe Dean, o Francesco Malcolm (italiano pequenito, mas de grande sarda e apetite), o George Uhl e o Horst Baron.
No que toca a meninas, apresenta a grande estrela checa Silvia Saint, que já está numa de reforma activa. Agora gosta mais de meninas e de brinquedinhos sexuais. Muito jogo, muito jogo, muito jogo, parece que se saturou de meninos. É uma menina de se lhe tirar o chapéu.
As outras não conheço: Lucy Love, Yvonne Peach, Yokasta, Angel Dark, Nikki Rider, Cynthia, Evelyn, Nikki Blon, Thalia e Jennifer.
Mas conheço o realizador: Alessandro del Mar.














The Korgis
“Everybody’s got to love sometime”:

Max e o bailinho da Madeira




Este senhor, que passou os quatro dias a filmar as chavalas, chama-se Max Cortes e nunca se cortou a uma boa pinocada. Pois é, tem uma longa carreira de actor porno.
É espanhol e simpático.
Agora dá-lhe também para filmar.
Andou o tempo todo a meter-se à frente do pessoal. Sempre a lixar-me os melhores bonecos. Eu sei, eu sei, ele andava a trabalhar. Não para o bronze, mas para o DVD oficial do Salão.
Então e eu?!? Passa-vos pela cabeça que eu tenha tido uma pitada (uma pitada que fosse) de prazer?
A gente ia para a esquerda e o Max ia para a esquerda. A gente ia para a direita e o Max ia para a direita.
Cansei-me.
Fotografei o Max, o omnipresente.
O homem estava sempre lá. Desisti.
(Mesmo assim, ainda fiz umas fotozitas, não fiz?)

Max Raabe
"Mambo nº5":

Um homem, ó fáchavor!




Cira Fer pediu um voluntário para subir ao palco.
Um jovem com T-shirt mexicana, de Cozumel, subiu ao palco.
Cira Fer foi-se despindo e depois deu-lhe a beber o néctar da loucura, preso ao soutien e à tanguinha.
--- Então, o que tinha o tubinho lá dentro? Um cocktail?
--- Não. Era só água da torneira.
Bóing! Ganda melão. Fiquei espantado.
Detive-me a analisar calmamente o corpo de Cira Fer. Deixei o meu olhar a passear sem trela na tatuagem de borboleta, estampada na nádega, sem jeitos de querer fugir.
E havia também um piercing azul.

The Champs
"Tequilla":

Está? Minas e armadilhas?



Está? Fala da Brigada de Minas e Armadilhas?
Tenho aqui três “bombas” para desmontar com urgência.
Sonia Baby, Tiffany Hopkins e Dúnia Montenegro, posando para a posteridade, em colecção de cromos oficial.
Agora comparem com as fotos tiradas cá pelo Graça, polvilhadas alegremente pelo post restante.




































"Right Back Where We Started From"
Maxine Nightingale

Jameson, com duas pedras de gelo





Jameson é nome de whisky irlandês. Whiskey, como eles dizem.
Não sou grande fã de whisky, mas Jameson é dos meus favoritos.
E Jameson (Jenna) das minhas favoritas.
Gosto de louras. Não é segredo nenhum.
Esta loura é um caso muito sério no mundo da pornografia. Por isso mesmo, a D.Quixote avançou para a edição de “Como...fazer amor como uma estrela porno, uma história exemplar”.
Versão não censurada, diz na capa. Autora: Jenna Jameson, com Neil Strauss. Presume-se que o cavalheiro saiba escrever direito por linhas tortas, em valsas de revisor e escritor. Depois de “The Dirt” com Motley Crue, ou “The long hard road out of Hell”, com Marilyn Manson. Coisas sossegadas, portanto, tendo em conta que o senhor escreve para o New York Times.
O livro foi apresentado no Salão Erótico por Mário Sena Lopes, editor de Actualidade:
“Este é uma história não romanesca, inteiramente baseada em factos da vida de uma mulher de negócios muito bem sucedida. Conta as transformações e contradições por que passou, o crescimento e as dificuldades que atravessou na sua vida. Vai agradar a vários tipos de leitor. Os libertinos lêem o livro com uma mão, porque a outra está ocupada. Noutros tempos, divulgar livros assim levava ao patíbulo”.
Mas os tempos mudaram e ainda bem.
Eu comprei o meu exemplar na FNAC de Santa Catarina, no Porto.
Por acaso ainda só espreitei. Mas vale sempre a pena, se a alma não é pequena. O livro é um “tijolinho” de meio-quilo, 27 euros e 593 páginas bem aviadas, se contarmos com o epílogo. O que é isso para a gente?
Nada. Esta é uma leitura leve.
Fala de uma gaja muito especial: Jameson.
Arrefeça-se a leitura com duas pedras de gelo.



Editorial III

Parece que é desta

Parece que é desta que encerro o ciclo e fecho para balanço.
Vou ao armário e saco Conrad Herwig + Trio de Bernardo Sassetti, ao vivo no Festival de Jazz de Guimarães.
Preciso de boa música antes de me abalançar ao trabalho.
E aqui está o busílis da questão. A noção de que escrever para um blog pode ser trabalho. O carácter de “auto-imposição”. Um amigo meu disse-me bem recentemente: “Então, quando é que actualizas o blog? Deixaste-nos com água na boca e agora nada!”.
Lá vêm os complexos de culpa de não actualizar. Mas o tempo (quente, inferninho caseiro, a ventoinha a rodar por cima da cabeça, como num filme americano de série B, com traições femininas, 38 Special a disparar maldades e etc e tal) não está para graças, quanto mais para este Graça.
Apetece ter o computador desligado. Apetece ler banda desenhada, mesmo que se chame “Helldorado”. Belíssima descoberta!
Não apetece chatear os amigos, que generosamente se prontificaram a fazer-me o blog. Resumindo: confirma-se que eu não tenho vida para blogs.
No entanto, apetece fechar o ciclo. Conta-se o número de fotos do blog em duas noites de postagens e chega-se ao 44. Mas ainda há material para sair. Concretamente, no que toca a folhetos de propaganda, um lado bastante interessante do Salão Erótico, pista para várias descolagens.
Sei que o mais difícil é começar a escrever. Por apetecer cinema. Por apetecer copos. Por apetecer noites. Por isso os jornais se vão acumulando. E as revistas. E os livros.
Forço-me a não deixar sair de cartaz “Cars”. Animação de luxo. Faço por esquecer que, na fila de trás do cinema, um casal de adolescentes se entretinha em manobras sexuais que me distraíam das manobras do Hudson Hornet de 1951 com voz de Paul Newman; forço-me a esquecer o snobismo das tias que foram para o concerto do Caetano Veloso dar à língua e tirar fotos com o telemóvel.
Chego a casa, vejo as mensagens do Hotmail e lanço-me ao trabalho.
E agora? Agora é mandar os textos para os amigos e esperar a convocatória de actualização.

E depois? Depois, o futuro a Deus pertence.
Não consigo interpretar as curvas e contracurvas da minha alma, da minha vida. Não sou blog-dependente. Mas dependo dos amigos para o blog.
O chato é que não consigo deixar de entrar no blog. Para ouvir “La banana”. Até ficar amarelo às pintas pretas e enjoar.