Oi, minha amiga Sharon...
O Carnaval nem era Carnaval sem comboiozinhos de foliões a cantar: “Oi, meu amigo Charlie, oi, meu amigo Charlie, Charlie Brown”.
Não é o caso.
Esta é a minha amiga Sharon. Brasileira doce como o mel, sorriso angelical, olhos mais cristalinos que um frasco de Aqua Velva, Ice Blue.
Conhecia-a há uns anos no “Passerelle”. Passou por mim a uns cinco metros. Cruzámos olhares. Dez minutos depois eu estava a fazer uma Private Dance com ela.
Mal a vi pensei que se tratava de uma stripper de leste. Lourinha, de olhos azuis, andar elegante, sofisticada.
Depois descobri que não e ficámos amigos.
É minha fã literária. Ofereci-lhe “O homem que casou com uma estrela porno e outros contos perversos”, “De boas erecções está o Inferno cheio” (ambos da Polvo), “Neura 2004” (Oficina do Livro) e “Fadas Láureas”, o belíssimo álbum de Luís Louro editado pela Prime Books, em trabalho conjunto de 29 argumentistas, entre os quais eu.
O “Fadas Láureas” levou o seu tempo a chegar-lhe às mãos (oito meses). Um dia, não tendo encontrado a Sharon no “Photus”, dirigi-me a outro clube de strip. Lá pelas 4 e muitos da madrugada embrenhei-me em discussão sobre Tchekov com uma stripper da Letónia.
--- Podias dar-me esse livro, tem belos desenhos.
--- Pois podia. Mas já prometi a uma amiga. Repara como está autografado.
--- Riscas o nome dela e pões o meu.
--- Gostavas que eu te fizesse isso?
--- Tens toda a razão. Já vi que és um homem sério. Porque é que não és casado?
Elas perguntam cada coisa. As húngaras, então, não lhes entra mesmo na cabeça que eu seja um quarentão solteiro.
O ano passado reencontrei a Sharon no primeiro Salão Erótico de Lisboa. Por acaso, eu ia com gel no cabelo, o que é mesmo raro. Dei-lhe um beijinho na bochecha e um dos totós dela, à colegial, ficou preso no gel.
Há sempre uma ponte afectiva entre um português moreno e uma brasileira loura.
A Sharon é tão bonita que até dói.
É tão doce que cura o dói-dói.
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