Ganda Ordinarice

Desabafo bem intencionado e imagético sobre o Salão Erótico de Lisboa.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Doce de Chila com travo de "amarguinha"




2ª “mão” das meias-finais de acesso à I Divisão Europeia Masculina

Portugal, 1 França, 3

A selecção portuguesa sénior masculina de ténis de mesa perdeu com a França, por 1-3, no encontro da 2ª “mão” das meias-finais de acesso à I Divisão Europeia Masculina, disputado terça-feira à noite na sala do Pavilhão Multiusos do Complexo Alvaláxia XXI, em Lisboa, onde o Sporting recebe os seus adversários. Esta derrota não impede o conjunto luso de estar presente no Europeu da Sérvia, em Belgrado, entre 25 de Março e 1 de Abril. “Basta” ganhar à Itália na última oportunidade de chegar a este grande certame mesa-tenístico. Primeiro, recepção aos transalpinos em Portugal (local a designar, a 6 de Fevereiro), seguida de deslocação à mesa dos oponentes(a 13 do próximo mês), que venceram a Holanda por 3-2, em Itália, o que não chegou para a qualificação directa, face ao resultado da primeira “mão” na Holanda.

João Pedro começa da melhor forma

O encontro começou da melhor forma para Portugal, com João Pedro Monteiro (recente número 118 do ranking mundial,que actua no clube alemão Ochenhausen) a levar de vencida o gaulês Damien Eloi (nº 33 do mesmo ranking) por 3-2, com expressivo 11-4 na “negra”, após cerca de meia-hora de enorme emoção.
Actuando na mesa do clube onde adquiriu projecção, o jovem esquerdino entrou de forma explosiva no quinto “set”, trocando de extremos na mesa (o que acontece na partida decisiva, a “negra”) a vencer por 5-0, uma vantagem moralizadora.
O português teve no serviço e no top-spin de direita, cruzado, para o fundo da mesa, duas das suas principais armas frente a um atleta que não actuou no encontro da primeira “mão”, mas cuja experiência foi considerada uma mais-valia pelo treinador francês, Jean-Claude Decret. Eloi bem tentou, mas não conseguiu “pôr na mesa” todo o seu potencial ofensivo, por inteiro mérito do português.


O segundo elemento gaulês a entrar em jogo foi o veterano Patrick Chila (37 anos, 35º do ranking mundial, multi-medalhado em Singulares e Pares nas principais competições internacionais, tendo atingido o 15º posto do ranking mundial em 1999).
Patrick já tinha sido perfeitamente decisivo no jogo da primeira “mão”, com duas vitórias, repetindo a dose em Lisboa, com êxitos sobre Marcos Freitas (3-1) e João Pedro Monteiro (3-0). E se o actual atleta do Cérgy-Pontoise (após mais de uma década a actuar em clubes de topo como o Levalois e o conjunto belga do Charleroi) ainda se irritou com a belíssima réplica do madeirense Marcos Freitas (que joga pelos germânicos do Julich, localidade próxima de Colónia), não deu qualquer tipo de hipótese a João Pedro Monteiro, sem soluções para a maior maturidade de Patrick, apesar de exibir alguns quilos a mais para um mesa-tenista de Alta Competição.
Marcos Freitas ainda conseguiu empatar a sua partida a um “set”, após um suado 12-10, mas o seu óptimo bloco e a magnífica capacidade defensiva não deram para mais. A experiência e o talento de Chila revelaram-se demasiado fortes.

Tiago prometeu muito

A derrota portuguesa começou a definir-se no terceiro jogo da noite, em que Tiago Apolónia (183 mundial, a representar os teutónicos do Saarbrucken) não conseguiu aproveitar o balanço da vitória de João Pedro Monteiro no primeiro jogo.
O ex-estrelista (actuou desde muito jovem no Estrela da Amadora), que é um atleta sereno e cerebral, desperdiçou significativas vantagens em dois dos três “sets” em que foi derrotado por um jovem “foguetão” francês, Emmanuel Lebesson, com um ranking algo “enganador” (246).
Comandou por 7-3 no primeiro “set” e perdeu por 11-9; esteve a liderar por 4-1 e 5-2 no segundo “set” e cedeu por 11-8; adiantou-se por 7-3 no terceiro “set” e permitiu a reviravolta por 7-8, antes de triunfar por 11-9, vencendo os derradeiros dois pontos nos jogos de serviço do francês, um esquerdino totalmente de ataque. No quarto “set” a sorte não esteve com o português, que foi derrotado às diferenças, por 12-10.
No último parcial da noite, cedo se percebeu que só muito dificilmente João Pedro Monteiro “trocaria as voltas” a um Patrick Chila repousado e moralizado (houve uma pausa não prevista acordada entre as duas equipas, para obviar ao intenso calor da sala e poder desanuviar a atmosfera).

Os dois primeiros parciais (11-3, em 3 minutos de jogo, e 11-5) dizem quase tudo. A fabulosa recuperação no terceiro “set”, de 1-5 para 9-9, foi um fogo-de-artifício virtual. Uma bola de imensa sorte de Chila deu-lhe o direito a fechar o encontro no primeiro “match-point” de que dispôs, no serviço de João Pedro.
No final de cerca de duas horas e meia de encontro (iniciado às 20h40m e terminado às 23h10m), a festa não foi só gaulesa. Triunfou a modalidade; triunfou a assistência, privilegiada por assistir a um encontro deste nível, numa “gala” histórica para o ténis de mesa português.

Luís Graça

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