A CAMINHO DA INDUSTRIALIZAÇÃO
Sá Leão é o rosto simpático da pornografia portuguesa. Um homem afável, sempre bem disposto, muito sociável e brincalhão. Latagão de visual camaleónico, que vai mudando ao sabor da inspiração, sorriso largo por imagem de marca, voltou às lides e atravessa uma fase de ir filmando ao sabor da corrente.
Conheço-o desde os tempos em que trabalhava na sex-shop do Animatógrafo, sucessora do cinema de sessões contínuas. Foi lá que vi o meu primeiro filme porno em Lisboa. “Talk dirty to me”, com Ginger Lynn e Amber Lynn. Gozava folgas em atraso, após uma cobertura da Volta ao Alentejo, para a Gazeta dos Desportos (Primavera de 1987).
“Ainda não há uma indústria da pornografia em Portugal, mas para lá caminhamos. Nós trabalhamos com sexo, mas somos pessoas normalíssimas. Não falo apenas de quem trabalha em filmes, mas dos lojistas, de todos os que vivem honestamente do sexo”.
“Eu voltei a filmar porque agora a abertura dos portugueses é muito maior. Realizei o filme ‘Eu, o meu marido e Sá Leão’. As pessoas passam na rua e dizem-me: ‘Ó pá, ó Sá, anda lá filmar’. E eu vou”.
“Estamos finalmente a ser respeitados. Isto é uma batalha. É preciso ir com calma. Para evoluir é preciso mostrar o trabalho. Por isso é muito importante haver um espaço no Salão para poder mostrar os filmes portugueses”.
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