Ganda Ordinarice

Desabafo bem intencionado e imagético sobre o Salão Erótico de Lisboa.

sábado, outubro 20, 2007

Dick Hard Cultural Tour, Fall 2007




Ou em português corrente: “A digressão cultural de Dick Hard no Outono de 2007”.
Saída de Lisboa numa tarde de quinta-feira. Das Avenidas Novas até à estação de Santa Apolónia, de táxi. Depois, Alfa Pendular até ao Porto/Campanhã (a este propósito, ler a próxima crónica — edição de Novembro — da ‘Caldeirada de Letras’, a rubrica mensal de Luís Graça na revista literária ‘Os meus livros’).
Táxi até à Boavista.

Noitada com amigos em Matosinhos, até às 5 da manhã.
Sexta-feira de manhã, um pouco de natação e sauna no Holmes Place da Boavista. Pelas 17 horas, toque a reunir nos Aliados. Boleia para os “Dias da Criação”, na Casa da Eira, Vilar, Boticas, Trás-os-Montes.
Fim-de-semana alucinante em Trás-os-Montes.

Domingo à tarde, boleia com amigos. Primeiro, regresso ao Porto, para deixar um portuense. Depois, seguiu-se para bingo. Noite passada em Baiona (Galiza).
Segunda, a meio da manhã, viagem até Ponferrada (Léon).
Segunda, terça e quarta em Ponferrada.

Quarta de tarde, autobus da Alsa de Ponferrada até Vigo. Dormida em Vigo. Quinta pelas 16 horas, autobus de Vigo até ao Porto. E comboio do Porto até Lisboa.

Dormida em Lisboa de quinta para sexta. Boleia de Rui Unas, na sexta, pelas 19h45m, do Parque das Nações, até Beja, para o Festival do Amor.

Permanência de três noites em Beja.
Segunda, pelas 13h10m, regresso a Lisboa, de comboio, com escala em Casa Branca.

Terça-feira, pelas 19h30m, ocupação de posto frontal à TV, para espreitar o Dínamo de Kiev—Sporting em plena Tertúlia BD de Lisboa, no Parque Mayer, restaurante “A Gina”.



Capítulo I: Os Dias da Criação

A ideia começou a germinar quando li a notícia no blogue Incomunidade.
Era demasiado aliciante. A cultura como pretexto para reencontrar os amigos. Desde logo, o Alberto Augusto Miranda, a “alma mater” do encontro, a par do Hermínio, garboso anfitrião na Casa da Eira.

O convívio começou nos Aliados, no Porto. Tive o prazer de conhecer pessoalmente o Paulo (da In Libris), o nosso condutor. Empatia muito rápida.
Primeira parte da viagem passada na conversa com Alexandre Teixeira Mendes, no banco de trás. O resto do “Bando dos Cinco” ia no banco da frente: Nuno Rebocho (por estas horas já em Cabo Verde), o ‘driver’ Paulo e Aurelino Costa.
Aurelino Costa

A paragem na estação de serviço deu origem a uma alteração táctica. Alexandre Teixeira Mendes foi para o banco da frente, Aurelino Costa passou do primeiro banco para o terceiro banco. Fiquei só no segundo.
A seguir, o encantamento algo narcísico de ouvir o Aurelino a declamar os meus poemas do “De boas erecções está o Inferno cheio”. E a emoção de sentir a comunicação. Aprender mais sobre a nossa poesia, ouvindo outro a dizê-la. Saltitando entre a brejeirice obscena ou detendo-se nos poemas líricos.

Dormida em Boticas.
Sábado de manhã a chegada à Casa da Eira, para o encontro. O intercâmbio entre as línguas: português, castelhano, galego. Sem esquecer o Amadeu Ferreira e a expressão muito própria do mirandês.
Um prazer enorme ouvir a sua comunicação. Dar e receber livros. Amadeu reconheceu-me de um encontro da Guilherme Cossoul, em Lisboa. Fiquei a saber que o “Astérix, o gaulês” tinha esgotado na sessão de lançamento, na versão mirandesa.


Outro enorme prazer: ouvir o Amílcar a dizer Mário-Henrique Leiria e os seus “Contos do Gin Tónico”.



Apresentou-me a um amigo, belo declamador: Fernando Soares.
Toma lá com mais uma dose de “Erecções”, já que há interesse nas ditas.

Tantos prazeres: as máscaras/esculturas do Gerardo, as fotos pelas paredes, no meio das árvores de fruto, os livros à solta, as palavras a amarinhar pelas montanhas transmontanas. Os dias luminosos, as noites frescas. Os cães a ladrar, muito ao longe.

No auditório de Boticas houve de tudo na noite de sábado, no campo artístico, aliando a música à palavra, à imagem e à performance. E um leonês de uma figa, agarrado à viola e à harmónica, num Woodstock transmontano, levando tudo atrás dele, como um furacão de boa disposição.

Domingo de manhã, já nas despedidas, a descoberta de uma curta-metragem maravilhosa, sobre uma espécie de borboleta em risco de extinção: a maculinha.
A descoberta do autor de um maravilhoso livro sobre as borboletas: Ernestino Maravalhas, protagonista principal do filme. A descoberta de um nome: Adenilo, a sua mulher. Que por sua vez descobriu um escritor: António Manuel Venda, ao ler o seu prefácio ao meu “A mulher que fazia recados às putas e mais contos perversos”.

Capítulo II: um castelo demasiado perto



Ponferrada. Léon. A 30 quilómetros da Galiza.
Uma cidade distante. Desconhecida.
Aproveitei a boleia de dois amigos que de lá vieram para participar em “Os Dias da Criação”.
E se o castelo de Ponferrada estava demasiado distante de Lisboa, ficou demasiado perto, a partir de Trás-os-Montes.
Porque demasiado perto estavam os laços que me uniam aos ponferradenses que me deram boleia.

Noite passada em Baiona. Uma cidade da Galiza onde nunca tinha estado, apesar de Vigo e Corunha me serem bastante familiares.
Um passeio pela noite de Baiona foi um bálsamo para uma alma ferida. O luar espelhado nas águas. O contornar das muralhas no “Parador Turístico”. Os monumentos evocativos da descoberta das Américas e da notícia em “primeira mão” ter chegado a Baiona. A estátua de Afonso IX a segurar o cavalo.



Um bar chamado “Cais” aberto 24 horas por dia, com o empregado a espalmar as “hamburguesas” com uma raiva profissional de torturador concentrado.
“A mão que embala o berço” dobrado em espanhol, na televisão do bar. Rebecca de Mornay. Quão distantes as memórias do seu corpo em “Risky Business”, visto à boleia de uma borla do “Se7e”, numa noite de temporal, no actual King (então Vox), acompanhado por um amigo que está hoje na Judiciária. Quantos anos passaram? Mais de vinte. Tom Cruise está necessariamente diferente.

Chegada a Ponferrada. O calor dos amigos a envolver-me. No restaurante “As Quadras”. No bar “Cococrilo Negro”. Em casa dos amigos.
A exaustão que não permite uma visita como deve ser aos corredores do Hotel Temple. As tapeçarias nas paredes. As armaduras no “lobby”. A transferência para um hotel novo: Rio Soles.
Ponferrada cheia. Por causa da inauguração de um novo centro comercial.



O cheiro dos Templários um pouco ao desvario pela cidade, pela sua história. O palmilhar do hotel até ao castelo. O rio Sil a piscar-me o olho. A máquina digital que resolveu adormecer, de bateria de lítio descarregada exactamente no momento em que ia tirar a primeira foto ao castelo.

A vingança satisfeita pela compra de um T-shirt, dos “recuerdos”, do livro de 24 euros, edição do Ayuntamiento. Dos guias de cinco euros, em versão espanhola e francesa.

Visita ao castelo a fugir das excursões. Um poema escrito nas Torres Albarranas. Um pequeno choque por ver que as latas de Heineken se misturam com as de Coca-cola num cemitério espontâneo. E as obras. Metade do castelo encerrado. A enorme satisfação de galgar os degraus da Torre de Menagem. Em castelhano, Torre de Homenage.
Sobem turistas. Descem turistas. Eu fico. Ao sol. A ver os telhados de Ponferrada. A estudar ângulos para fotos que ficaram por tirar. Como a da roupa na varanda em frente da Torre de Menagem. Uma pequena história com vista para a História.
Ainda e sempre a atracção pelas alturas.

Molina Seca. Após um belo almoço, passeio para descontrair. Com ponte romana (fechada para obras) em fundo.

Capítulo III: um beijo, ao de leve, nas Ilhas Cies

O adeus a Ponferrada, com muito de saudade.
Chamava por mim o Festival do Amor, em Beja. Não podia falhar.
A úlcera que começa a morder com fervor na viagem de regresso, no autobus da Alsa. Chegada a Vigo. Atestar o estômago às 11 da noite, com um bistec e patatillas. O Barcelona a ganhar por 4-1. As ruas quase desertas.


A úlcera ainda a morder. Andar ao acaso pela cidade, reencontrando Vigo, abandonada por mim há 12 anos.
Uma discoteca com jovens. Um táxi. Um impulso. Entro no táxi. Quero um clube de strip que me faça esquecer da úlcera. Quero um clube de strip porque sim. Não me apetece um clube de strip. Apetece-me ir para o quarto do Hotel Argentino, a 50 metros do Hotel Lisboa, que agora se chama Hotel Zenit Lisboa.
Mas a curiosidade morde quase tanto como a úlcera. Um chamamento deste blogue. O desejo de reportar.

O homem do táxi é muito afável. Mas já não vinha a Vigo há 14 anos. Andou pela vida. Agora anda por Vigo, atrás de um volante. Sabe lá onde é que existem clubes de strip. Perguntamos a um jovem italiano que fala espanhol. Acabo a falar italiano com ele.
Fiquei a saber que existe um clube atrás do El Corte Inglés. Há sempre alguma coisa atrás do El Corte Inglés. Há 12 anos descobri um bar com desenhos do Corto Maltese.
“Que Dios te bendiga, Luisito”, disse o homem do táxi, um amigo instantâneo, basta juntar água.
José Luís de seu nome. “Tengo un vazio muy grande, Luisito. Vivi mucho. Ahora estoy vazio, Luisito”.

A pé, de informação em informação, cheguei ao 33 da Calle Bolívia, ao lado de um clube com gimnástica aquática.
“Pigmalión”, show-girl, pasarela, sex-shop, peep-show, espectáculo en vivo….!!!
Abierto desde las 17:00h a las 05:00 de la madrugada.



É meia-noite, mais coisa menos coisa. Bebo uma água por cinco euros. Espreito as cabinas de vídeo. Vejo dois shows de strip que não passam do topless.
Há mais strippers que clientes.
A stripper fala, a meio do espectáculo, com a bartender. A bartender sai do balcão e atravessa o palco, passando por trás da cortina. Dá a volta e vem falar animadamente a um cliente que suponho habitué.
O palco é minúsculo. É um estrado por cima do bar.

Mais atrás estão os escaparates dos DVD. Depois existe a zona da sex-shop. E uma russa de seios volumosos, que fala um espanhol simpático. Peço-lhe um cartão do clube. Dá-me um molhinho. Chegado a Lisboa, conto-os. Deu-me 17 cartões plastificados.

Ainda pergunto se fazem Private Dance. Uma brasileira que conhecia Lisboa vem para trás da montra. Uma espreitadela à cadeira em frente da montra dissuade-me de me sentar. Troca rápida de informações, os meus pedidos de desculpa aceites em bom português.
Bato em retirada. Permanência no “Pigmalión”: talvez 30 minutos.

Feliz, contemplo a cama fofa do sexto andar do Hotel Argentino. Peço o despertar para as 10h30m. Acerto o meu despertador. Tomo duas “bombas” para dormir. Não quero mais aquele bichinho malandro a roer-me a úlcera. Não me sobram forças para ler os jornais espanhóis. Faço um molhinho com os jornais portugueses que se vinham acumulando. Finalmente, dou-me por vencido. Deixo-os em Espanha.

Acordo bastante melhor.

Meto-me num táxi. Puxo pelas memórias. Restaurante Rias Bajas. O táxi deu umas voltas diferentes. Acabo no “Rias Bajas 2”. A filosofia é a mesma. Almoço bastante cedo, para Espanha. Um linguado. Com duas águas de meio-litro. E uma dose de queijo com marmelada.

Desço até à marina. O dia está bonito. Persigo fotograficamente uma gaivota, algo incomodada com a minha perseguição. Fotografo um cachorrinho de mês e meio, que se chama Pepsi. Quando o chamo, em vez de olhar simplesmente, vem logo ter comigo. Acabo a pedir à menina para o segurar ao colo.



Depois, o espanto. Turistas para os barcos. Afinal, as Ilhas Cies ainda estão abertas. Mais uma semana.

As gaivotas das Ilhas Cies portam-se bem...

Fica-me a saudade a roer a úlcera. Não posso perder o autocarro das 16 horas. O comboio das 19h30m já é demasiado tarde. Estou todo estoirado. Não posso esticar mais a corda.
Subo um pouco pela cidade que conheço. Mas não tenho muito tempo para ir até ao Castro. Fico-me pela parte mais baixa.
Começo a descer para o centro de Vigo por uma rua que não utilizava há 12 anos, nos meus passeios.
Na parede de um bairro antigo o nome da rua chama-me a atenção: Rua do Prazer.



“Belo nome para uma rua de putas”, penso e sorrio interiormente.
Dez segundos depois dou com uma puta sentada ao sol das 14 horas.

Desço.
Ouço uma voz de uma espanhola bastante morena, de olhar simpático, que me segue.
“Olá, mi amor”.
É óbvio que não sou o seu amor, mas a sua voz trata-me como se fosse. Explico-lhe que tenho um autobus para o Porto, não há tempo para o amor.
“Dá-me um euro”.
Dou-lhe dois euros.
“Desejo-te o dobro daquilo que me desejas”.
E passo-lhe para a mão um cartão com os meus blogues. Explico que o amor me aguarda no Festival do Amor.
Entrou num bar muito velho, entusiasmada:
“Eh! Conheci um poeta português”.

Continuo muito assediado.
Três miúdas novas, bonitas, estão sentadas na soleira da porta. Os bares de putas têm nomes como “Trebol” ou “Nido”.
Explico outra vez que vou a caminho do Festival do Amor e dou-lhes mais um cartão com os blogues. Uma delas tem dúvidas.
“Somos putas!”
“Já tinha percebido. Podes ver os Salões Eróticos de Lisboa aí nesse blogue. E escrevo-te o site do Festival do Amor”.
“Onde é Lisboa?” — pergunta outra.
“Não sabes que Lisboa é Portugal?” — responde a primeira.

“Dá-me a tua caneta”.
“Não posso. Pode aparecer-me um poema de repente”.
“Dás-me essa caneta e eu dou-te outra”.
“Não posso. Foi-me dada de presente de aniversário pelo meu amigo Rui”.
“Olha lá, se entrarmos no teu blogue estamos a tirar-te clientes”.
“Ainda bem para ti”.

Continuo a descer. Descubro, nem dois minutos mais tarde, uma sex-shop: Pikante. Bom aspecto. Compro uns filmes (um deles com a vida de John Holmes, em documentário), dou um cartão com os blogues e deixam-me tirar fotos, desde que não apanhe nenhum cliente.





Capítulo IV: Nuas no castelo de Beja




Sexta-feira. Os dois trolleys verdes (baptizados por uma madrinha cubana de Patanisquinha Dustin e Bixona Dustin) estão carregados de livros. O Rui Unas faz sinais de luzes.
Mandamos os trolleys para dentro do banco de trás, mas vimo-nos aflitos, há por ali muito peso literário.

Telefono ao Cocas, director do Festival do Amor, para o descansar. Estamos a caminho.

Chegados a Beja, conhecemos o Cocas pessoalmente. Vamos comer uns petiscos a correr, para a Galeria do Desassossego. Apresentam-nos o João Cataluna (Trigo Limpo, Adiafa), o acordeonista que vai fazer a dobra ao pianista, impossibilitado de comparecer no palco do Pax Julia.
Conheço uma brasileira toda gira, a Fabiana, assessora de Imprensa.



Rápida experiência de som no Pax Julia e colocam-me um head-phone. Sinto-me um bocado charolês. Raspo com os pés no chão dos bastidores.

A seguir ao nosso espectáculo vão entrar os “La Vie en Rose”, que conheço do Festival de BD da Amadora. Ando a deslizar em tronco nu entre os camarins e a boca de cena. Dou uns livros à Silvie, a vocalista.
Faço questão de declamar com a T-shirt preta que comprei no Castelo de Ponferrada. Uso umas calças pretas e sapatos pretos.
Não estou nervoso.
Gosto daquele stresse teatral.
Confio em mim. Confio no Unas.
Rui Unas mete-se na fotografia e quase tapa o "acordeonista de emergência", João Cataluna, grande "malha"


A função corre bem. Os duelos poéticos cativaram a assistência. Vamos sair.
Os “La vie en rose” vão entrar. Cruzo-me com os músicos.
“Quero um livro autografado para Carlos Lopes”, diz um.
Teve-o.

Levo o Unas ao carro. O Cocas não sabe onde deixou a carteira. Despeço-me do Unas, agradeço-lhe a camaradagem. O Unas tem raízes alentejanas e gosta da região.
Volto ao Pax Julia. Primeira estação: perco o Cocas pela primeira vez.

Já quase não há ninguém no teatro. Agarro nos trolleys (ainda bastante pesados) e resolvo ir até à Praça da República.
Tiro e queda. Está lá o secretariado. Um jovem simpático vem ter comigo. Bernardo de seu nome. Vem a puxar o meu trolley esforçadamente, até à residencial Santa Bárbara.

Deixo as bagagens na residencial e regresso com o Bernardo. Entramos no castelo. A Fabiana e as amigas estão cá fora. “É aquele que estava no restaurante”. Pois sou. Havia o Rui Unas. E aquele que estava no restaurante.

Entro no castelo com o Bernardo. Conheço outros jovens da “Cocas Produções”, entre os quais o “Trombinhas”, que participa numa banda.



Vai haver strip-tease. Um gajo que viu o meu espectáculo vem felicitar-me. Não há nada como ser ordinário para conquistar as populações.
Não quero beber nada. A úlcera já levou muita porrada na semana anterior.

Passados uns 30 minutos as strippers sobem ao palco no castelo. Não tenho nada a ver com o assunto. Chego-me à frente e fotografo as primeiras gajas nuas com a minha máquina digital. Ocasião histórica.
Está frio. Elas aguentam-se uns 15 minutos, a fazer uma “lap dance” a um jovem que levaram para cima do palco. De tempos a tempos, o DJ tira o som de fundo, para que o público se faça ouvir.





No dia seguinte, almoço com a malta da Companhia de Teatro do Chiado, no “Castelo à vista”. Bacalhau à Zé do Pipo.
À noite vou ver “As vampiras lésbicas de Sodoma”, ao Pax Julia. Desta vez fico na plateia. O palco fica por conta da Companhia de Teatro do Chiado.
Antes disso, porém, leio três crónicas do livro “Se não comprarem, mato-me”, do António Manuel Revez, um filho da terra.



Aconselho vivamente. Fui capturado pelo Cocas, à última da hora, para “fazer a dobra” ao Alvim, autor do prefácio sem ler o livro. Diz ele. No domingo almoço com ele e a Companhia de Teatro do Chiado.
Falo-lhe no espectáculo do Teatro Bocage. O Alvim diz que não vai falhar.







Domingo de manhã está de chuva. O Cocas está como o tempo: às vezes há abertas e sabe-se onde ele está. Corre de um lado para o outro.
“Bolas, já tenho oito mensagens”.
Carlos Pedro (Lupinand) oferece-me livros. Retribuo.



A única sex shop presente na Praça da República: Reino da Fantasia (Caldas da Rainha: www.reinodafantasia.com). Pelos vistos, ovelhinhas insufláveis são o novo ex-libris das Caldas...

À tarde, ouço o meu amigo Paulo Barriga a apresentar os contos do Fialho de Almeida. Ainda vejo uma sessão na sala-estúdio do Pax Julia, com os resultados de um workshop sobre erotismo na escrita.
A conversa continua com o Barriga na Galeria do Desassossego. Continuo a carregar um trolley, que atrapalha toda a gente, a meio do caminho. Não, isto foi no sábado à noite...

Domingo à noite janto com a malta toda da “Cocas Produções” no restaurante “Tem avoendo”. Quer dizer: “Já basta”. Ou “tem calma”. O alentejano é uma língua muito rica.

Na segunda de manhã ainda levo com mais um bocado de chuva alentejana. Venho de comboio para Lisboa.
Na terça, chego a mais uma sessão da Tertúlia de Banda Desenhada de Lisboa, fundada pelo Geraldes Lino.
É a primeira terça-feira do mês.
Penso que posso dar por encerrada a digressão cultural do Dick Hard.
O que acham?

Tertúlia Banda Desenhada de Lisboa: em pé, da esquerda para a direita, Carlos Moreno, José Ruy e Geraldes Lino. Sentado, à esquerda de Lino, José Padiña a representar o seu pai, o homenageado.


Dick Hard no Teatro Bocage

7 Comentários:

  • Às 9:32 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

    Ovelhas insufláveis... Finalmente! O meu sonho mais secreto tornou-se realidade.

     
  • Às 3:19 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    Se fosse o genuíno (existe?) Pedro Santana Lopes é que era um "furo" do caraças...

     
  • Às 12:26 da tarde , Blogger Inês Ramos disse...

    Tadinhas das ovelhinhas... Ó Santana Lopes, não lhe bastam as santanetes?

     
  • Às 3:04 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    Este Santana Lopes é um tanto especial, Inês...

     
  • Às 8:37 da manhã , Blogger Capitão-Mor disse...

    Foi excelente ter feito esta retrospectiva. Valeu o fôlego de leitura!
    Um abraço

     
  • Às 7:46 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    Muito obrigado, meu Capitão!
    Podes ter a certeza de que nunca mais vais ler nada tão comprido neste blogue, pelo menos escrita por mim. Continuarei a escrever nas caixas de comentários, mas nunca 18 mil caracteres.

    E poupei as pessoas às coisas negativas que aconteceram.A notícia da morte do actor Pedro Alpiarça, mal cheguei a Vilar.(Essa é a explicação da frase que fala da noite de Baiona me ter lavado a alma) Por isso é que não há foto nenhuma do encontro. Não estava com estado de espírito para isso. E também era a primeira vez que estava com a máquina digital.

    Não quis incomodar os meus amigos para me ensinarem a mexer nela.
    E não tinha o direito de perturbar o clima de festa. Eu só queria passear pelas montanhas. Mas tinha a obrigação de estar nos encontros. Para os participantes, de todas as áreas, sentirem que estávamos com eles.

    Além disso, foi a última vez que estive com o escritor António Cabral. Morreu passado um mês. Podes ver a notícia e a foto no meu link "Incomunidades".

    Quando escrevi o post, não sabia que seria a última vez que escrevia uma coisa assim. Quis legitimar culturalmente o blogue. Quis homenagear a amizade. Quis recordar uma viagem que não tornarei a fazer. Daqui a nada acaba-se o dinheiro. Este Verão foi todo ele um Verão de "tudo ou nada", de esgotar as reservas. Porque andaram a mudar os elevadores do prédio e tinha absoluta necessidade de fugir.

    Porque fiz mais um esforço para ir ao Salão Erótico de Portimão, já com uma ideia fisgada: fazer um livro sobre isso, que está registado na Sociedade Portuguesa de Autores e IGAC. É o post "For sailing" e está em apreciação em várias editoras. Só o portfolio custou perto de 30 contos, na loja de fotocópias. E feito por um senhor amigo e cúmplice.

    Nem a pessoa que realizou o portfolio tem um exemplar.

    Grande abraço para ti.

     
  • Às 9:08 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

    Olá Luís Graça

    Quando escreves "Manuel Revez: um filho da terra", devias ter escrito "Manuel Revez: um filho da puta!"

    Abraço

     

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