Ganda Ordinarice

Desabafo bem intencionado e imagético sobre o Salão Erótico de Lisboa.

terça-feira, outubro 30, 2007

A Lei do Desespero e a Lei da Tranquilidade

Vou deixar de escrever posts para o Ganda Ordinarice. Quer isto dizer que o blogue se finou? Muito pelo contrário, é apenas um princípio. Este espaço electrónico fica aberto aos meus amigos. Exijo apenas que seja RESERVADO O DIREITO DE ADMISSÃO.

Até aqui, havia apenas dois colaboradores/postadores: Álvaro e Frick Bang. E no último caso com apenas um poema dedicado a Sonia Baby, já que a fase de maior actividade prevista (o Salão Erótico de Lisboa) coincidiu com problemas de saúde deste meu amigo.

A partir de agora, o Ganda Ordinarice pode mesmo ficar aberto a outros amigos que queiram manter viva a chama do blogue. Com uma condição: a minha aprovação. Sabendo-se que respeito intransigentemente o conceito absoluto da liberdade de expressão e que me vou “separar” deste meu “caso de sedução”, exijo controlar quem entra. Por isso conto com os amigos que me ajudaram a gerir o blogue até hoje: não deixem entrar ninguém sem eu aprovar.

O reforço mais recente é um belo reforço: JOÃO SALEMA (Repórter Digital) que já viu publicados dois posts com o seu trabalho. Mal ele queira e se cumpram as formalidades para que ele possa e deseje postar, entrarão em linha os cinco posts restantes que eu ainda escrevi sobre o FICEB 2007, com fotos dele. Questão de justiça, gratidão e mais-valia para o blogue.

O blogue será o que eles quiserem.

Português, escritor, 45 anos. É verdade que não sou o Bernardo Santareno, mas isto começa hoje por ser rigorosamente verdade. Estou a escrever o post no domingo anterior a esta quarta-feira de aniversário, mas é certo que só o lerão na quarta-feira, se calhar depois ou antes da Noite de Halloween (31 de Outubro). Estarei eu no Palco do Teatro Bocage, na avant-première do meu espectáculo “De boas erecções está o Inferno cheio, stand up show”, armado em diabinho, provocando a assistência e dizendo as maiores obscenidades. No final, lançarei o meu décimo título em edição de autor. Neste estatuto, o quinto consecutivo desde Maio de 2006. E espero bem que o último, porque o dinheiro está mesmo a entrar na recta final.




Posto isto, quais os motivos da minha desistência?
Tentarei ser o mais claro possível, porque estou a escrever praticamente com duas “directas” em cima, a tratar de coisas do espectáculo. A cabeça roda, tenho a magnífica Laura Fygi nos auscultadores, em voz alta, para ver se consigo manter uma certa coerência.

Fácil: a conjugação da Lei do Desespero com a Lei da Tranquilidade. O desespero de ver os amigos completamente esgotados com a sua vida e ainda a sofrer à conta de me ajudarem no blogue, com algumas noitadas muito violentas. Deixar de escrever para o blogue corersponde à minha Lei da Tranquilidade: já não sofrerei mais por os ver sofrer, a postarem as minhas coisas, “esfarrapando-se” todos, enquanto se debatem com problemas bastante graves nas suas vidas, nalguns casos. E noutros, muito simplesmente abdicando, em nome da amizade, de um merecido descanso, após uma semana ou um dia de trabalho.

O meu filme é este: sempre escrevi. A escrita é uma paixão que se sobrepõe a tudo e não precisa nada de blogues para se afirmar. Nem de livros publicados. O que tiver de escrever, escrevo. “Não se preocupe com isso. Vai ver: o que o tiver de sair, sai mesmo” disse-me o magnífico autor de “O que diz Molero”, que de resto teve a amabilidade de me oferecer após a entrevista que efectuei para a “Gazeta dos Desportos”. O senhor Diniz Machado, grande escritor, homem bom, um cúmplice da vida e desta cidade tão linda que é Lisboa, cada vez a ficar mais feia no seu tráfego humano que polui as almas.

Mas um livro publicado é das coisas que mais sentido fazem no meu mundo. Um livro meu ou de qualquer outra pessoa. É a nossa forma de podermos continuar a comunicar com o mundo depois de mortos.

O Ganda Ordinarice começou por uma brincadeira que só deu gozo (ler primeiro Editorial). Neste momento já é uma grave fonte de problemas. Iniciei-me nele apenas pelo gozo de publicar fotos. A fotografia é uma das minhas enormes paixões e sinto-me orgulhoso por ter conseguido postar as fotos que postei, sendo um perfeito ignorante em termos de fotografia e dispondo de material completamente amador e...analógico.





(Interrompi aqui o texto durante uns tempos. A partir de agora estamos na madrugada de segunda para terça-feira, 30 de Outubro. São 4 horas e 36 minutos. Estive a tratar de coisas relacionadas com o meu espectáculo. Estou a ouvir Laura Fyji, “I love you for sentimental reasons”)


A minha eterna gratidão a todos os que me ajudaram com os blogues. Mas não pensem que esta é uma atitude emocional. É muito pensada. Muito obrigado ao Álvaro, por me tentar dissuadir de forma fraterna, desinteressada e dedicada. Às vezes, de cabeça quente, fazemos coisas de que nos arrependemos. Mas o Álvaro percebeu que esta é uma atitude que vai trazer tranquilidade a muita gente. A começar por mim.

Há tanta coisa para ler e reler neste blogue. E tanta coisa que pode vir a ser postada pelos amigos que vão “transportar a bandeira”. Estarei solidário com eles. Até em tribunal, se tiver de ser. Mas é óbvio que eles serão os principais responsáveis pelo que escreverem e publicarem. Isso não passará por mim.

Quer dizer, o Ganda Ordinarice não é já o blogue do Luís Graça. Foi o blogue do Luís Graça. Agora é o blogue dos amigos do Luís Graça e será muito visitado pelo Luís Graça, que o colocará na sua lista de favoritos. E andará pela caixa de comentários conforme o seu estado de espírito.

Portanto, não adianta fazerem abaixo-assinados para que isto continue. Agradeço a quem me disser palavras simpáticas, mas não garanto que vá responder. Pois se o meu objectivo é não perder tanto tempo em blogues e não o fazer perder aos amigos...

Já não suporto os complexos de culpa judaico-cristãos. Estar todo “partido” e andar nos links do Ganda Ordinarice com a “obrigação” de postar comentários nos blogues dos amigos, para que não se sintam sós. Por gratidão para com pessoas que já me deram muito e vão continuar a dar muito. Mas não posso continuar a atravessar as madrugadas na Net, a ver nascer o dia e a preparar a próxima sessão de insónias.





Tenho montanhas de amigos, com montanhas de blogues. Se deixei de escrever no meu, passo a ter autoridade moral para visitar menos os dos outros.
Não tem lógica nenhuma ter um blogue se não dominarmos minimamente a capacidade de postar. Não tenho “scanner”, não tenho jeito para computadores, não tenho espaço no quarto. E não tenho necessidade nenhuma de escrever para blogues.

O esforço para garantir visitantes fez-me sentir prostituído. Foi um acto de desespero. A que se deve esta Lei do Desespero? Ao facto de não conseguir ganhar dinheiro nenhum como jornalista, argumentista, dramaturgo, poeta ou escritor.

(Aos que quiserem embirrar e dizer que tanto o dramaturgo como o poeta são escritores, faço um pedido: auto-insultem-se de forma veemente, por obséquio. Estilo: “Vão para o trabalho”).

Houve coisas que me marcaram muito negativamente no blogue. A frieza com que pessoas que tinha por amigas me pediram para as retirar da lista com o mailing das actualizações. Algumas por engano, outras por cansaço. O problema é a forma como o fizeram.

Não posso aceitar que uma colega da Comunidade de Leitores (que conhecia o meu espírito subversivo) tenha acabado o mail desta forma: “O seu blogue é nojento. Estamos conversados?”. E rematou com a inicial do seu nome e o apelido por extenso, para acentuar o corte.
Qual a lógica de me ter pedido para fazer o elogio fúnebre de um amigo seu de há 30 anos, da primeira Comunidade de Leitores da Culturgest? Ela agradeceu-me. A família agradeceu-me. Eu despedi-me do Fernando Alves Serra de alma leve.
E essa mesma pessoa (que me recebeu muito bem em sua casa, há 7 anos) resolve chamar nojento a um blogue no dia em que publico um post sobre a tentativa de qualificação olímpica de Portugal na modalidade de hóquei em campo?
Fiz das tripas coração para lhe responder amigavelmente, tentando separar o escritor obsceno da pessoa. Pura e simplesmente não me respondeu. Há algo de muito errado com os blogues, quando destroem amizades.







Há algo de muito certo com os blogues, quando constroem amizades.
A situação é esta: não preciso de blogues para construir amizades. Faço amigos a cada esquina. Como ontem, quando dei 40 euros a uma jovem puta, para ir comprar medicamentos para o filho.
Ingénuo, eu? Não era verdade? Eu acho que era. Tenho muitos quilómetros de voltas ao Técnico (www.sexonanoite.blogspot.com) para aprender a distinguir as mentiras das putas.

Mas sou falível.

Numa coisa não vou falhar: não voltarei atrás com a minha palavra. Percebam isto: esta despedida é o meu bilhete para o descanso. Precisamente por levar a minha palavra muito a sério é que estou a salvo. Querem continuar a ler-me? Leiam o Sexo na Noite. Todas as semanas há um post novo. E é só “corta e cola” para os amigos. Vejam-me a jogar pingue-pongue em “O prazer da mesa”. Se gostam de ténis de mesa, têm lá os links que interessam.

Estão a descobrir-me agora? Leiam o “15 desatinónimos para Fernando Pessoa”, integralmente publicado no blogue. Leiam os contos do Dick Hard no Ganda Ordinarice. Esses contos não vão conseguir comprar em livro, porque a tiragem é tão reduzida que ele nem vai chegar às livrarias.

Disse um padre do Opus Dei em 1978: “Acho que o bicho Luís não é um mau bicho”.

Bem, modéstia à parte, no meio de tanto filho da puta, até sou um gajo meiguinho. Mas gosto de pornografia, futebol e comezainas, como disse uma vez o Carlos Guerreiro num espectáculo dos Gaiteiros de Lisboa no Largo de S.Paulo, nas festas da cidade.
No tempo em que ainda havia dinheiro.

Eu já não tenho mais dinheiro para gastar com o blogue. Está na hora de ser ordinário de forma profissional. Querem ver-me, divertir-se comigo, conhecer-me, agredir-me, bater-me uma punheta (factual ou simbólica) ? Vão ao Teatro Bocage nas quintas-feiras de Novembro.





A partir daí não respondo por mim. Cumpridos os espectáculos, pode dar-me uma travadinha e emigrar para Ponferrada; posso agarrar no dinheiro que me resta e ir até Vigo. Fazer uma greve de fome na marina, até ter boleia para as Ilhas Cies, que agora já estão fechadas ao público.
Posso passar 24 horas seguidas no Monte Atalaia, na Venda do Pinheiro, a pensar na vida.

Mas o mais provável é que me resigne com a minha falta de mercado laboral e estoire o dinheiro que me resta no que verdadeiramente é importante: ajudar os amigos, comprar livros e CD, ir ao cinema, jogar ténis de mesa no Inatel, jogar snooker no Snooker Clube.
Por aí.

Agora sim, estamos conversados. Mas eu digo isto com toda a amizade. Desde Julho de 2006 escreveram-me coisas muito bonitas neste blogue. E disseram-me outras muito cruéis.

Tenham piedade da minha úlcera duodenal. Vão à vossa vida. Eu vou à minha.

Ainda tenho muito para escrever. Mas não tem de ser em blogues.

Abraços aos rapazes, beijinhos às meninas.

E assim aconteceu.

14 Comentários:

  • Às 6:51 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    Muito obrigado ao postador de serviço.

    A ideia é este post estar no ar a 31 de Outubro, hoje, quarta-feira, data do meu 45º aniversário, por isso não liguem à data da postagem. É uma questão técnica.

    Dia em que tenho a avant-première do meu espectáculo "De boas erecções está o Inferno cheio, Stand Up Show" no palco do Teatro Bocage de Lisboa (na Graça), em que lanço em edição digital o "Dick Hard, Detective Privado: Agruras e Azares, Lda" (Obrigado, Inês, por todo o trabalho dedicado).

    Dia das Bruxas. Dia de conhecer em palco o diabinho Dick Hard. Dia de emigrar até ao espectacular topo da Senhora do Monte, para que o diabinho possa tirar fotografias mais perto do céu.

    Os privilegiados que forem à avant-première vão também conhecer a artista de variedades gaulesa MIMI MONCHÉRI.

    Tem 27 anos, nasceu em Sucemuá-Silvuplê, nos arredores de Nantes-é-que-era-bom, mas temos de viver com aquilo que temos.

    Andou a fazer pela vida na estrada, mas depois Julieta Massiva deu-lhe uma hipótese de trabalhar no Cabaret Cabiria, onde discutiu metro a metro com Sonia Baby o recorde europeu de pérolas lá dentro.

    Está em Portugal há cinco anos e o seu maior sonho é abrir um Salão de Paneleireiros. Gosta de tostas de salmão gamado e o seu carro favorito é o Ferrari Tosta Grossa.
    A sua cor favorita é o vermelho cabela vazia.

    À Mariita, um grande beijinho de melhoras. Já é mesmo azar! Foi o meu lançamento triplo a 17 de Maio, é este agora a 31 de Outubro.
    Ao menos tens um recorde do Guiness: falhar quatro livros consecutivos do mesmo autor no espaço de 6 meses.

    Vamos ver se te consigo animar, mal te possa ir fazer uma visitinha subversiva.

    Quando beber uma flauta de bisel cheia de champanhe, no final do pseudo-espectáculo, vou fazer um brinde às tuas melhoras. E olha que o champanhe é de boa qualidade. Nestas coisas não olho a tristezas.Gasto do bom e do maior.

    Eu tenho apenas 17 centímetros, não sou bom e há muito maior.

    Belo final de post!

     
  • Às 11:48 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

    Luis,muitos parabenes.
    t.a.

     
  • Às 6:52 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    Muito obrigado pelos votos, Anónimo Dé. Um grande T.A para si também. E um ramo de flores.

    Anónimo. L.A.N.G (Luís Afonso Nunes da Graça)

     
  • Às 7:33 da manhã , Blogger Capitão-Mor disse...

    Pá, acho que nunca li um texto tão amargo...
    Um abraço!

     
  • Às 8:21 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

    Meu Capitão-Mor:

    Percebo e agradeço a solidariedade. Amargo é o mundo. Eu sou um docinho. Era preciso ver-me ontem em palco no Teatro Bocage.

    Um diabinho terrível, que no final ficou um docinho, a beber champanhe e a festejar o aniversário com os amigos, no final do espectáculo.
    E foi precisamente para preservar essa amizade que desisti.

    Já viste o que é um dia saltar a tampa e saírem uma data de verdades que comprometem para sempre uma amizade?

    Coisas que as pessoas nem merecem ouvir...

    Mas nós também não podemos estar permanentemente a engolir tudo e também temos os nossos problemas.
    Pá, este blogue era uma dor de cabeça para mim, gastou-me rios de dinheiro.
    Deixa-me andar por aqui só nas caixas de comentários. Estou muito melhor. Não sou um gajo vaidoso, quero lá saber dos comentários das pessoas a dar-me os parabéns.

    Os meus melhores amigos que estiveram ontem no espectáculo foram os que me deram nas orelhas nos pontos negativos. Não os que disseram que acharam espectacular.

    Quanto àquela cena com a minha prima, não sei que te diga. Não posso insistir mais e a miúda é porreira. Insisti via telefone, insisti em Lagos (4 de Maio), ao vivo, ontem ela veio cá a casa buscar a minha tartaruga (está a ficar grande e vai viver para o lago da casa dela, na Praia da Luz) e nem a vi. Portanto, não pude apertar com ela mais uma vez...

    Aperta tu. Tens os contactos. A coisa pode estar bloqueada da parte da amiga. E não sei se a tua situação já mudou. Se não mudou, aperta com ela. Ela não leva a mal. É muita coisa naquela cabeça e sabes como está o sector.

    Grande abraço e muito obrigado pelas tuas palavras. Mas amargo é o Campari. Ontem bebi tinto "Ninfa" e champanhe Borges.

     
  • Às 9:49 da manhã , Blogger Eugénio Queirós disse...

    Luís, és um grande tangas! Continua a ser um ganda ordinário. O povo do Norte, que é o mais forte, está contigo!

    aquele abraço e qualquer coisa já sabes onde estou

     
  • Às 11:31 da manhã , Blogger Maríita disse...

    Estás lixado! Tenho o teu número de telefone, sei onde vives e portanto, vou à minha vida, sabendo que tu também lá estás!

    Beijinhos

     
  • Às 8:13 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    Meu grande Eugénio (provavelmente na pilinha, de resto sou um bocadito mais alto):

    É verdade que sou um ganda tangas! Toda a gente tem elogiado a minha tanga nestas duas primeiras representações do show. E precisamente por não ter autonomia tecnológica é que não te posso enviar por mail fotos do show. A seu tempo hás-de vê-las em You Tubes em www.TeatroBocage.com. Se tudo correr normalmente.

    Talvez se faça um DVD. Depende dos apoios.
    Mas aquilo é obsceno. Ontem corri a plateia toda (e não há balcão, tirando o do bar) aos beijos a homens e mulheres. Como actor. O problema é que neste momento estou muito baralhado. Já me começo a sentir confortável com os cintos de ligas, mesmo depois do show acabar.

    Só agora estou a aprender a mexer na máquina digital. Daqui a uns dez anos já estarei a saber cerca de 10% das possibilidades da máquina.

    Continuo fiel ao papel e já revelei mais de 200 fotos. E digo-te que uma coisa é ver a foto na máquina digital, outra é vê-la em papel, depois de bem tratada. Além do mais, tenho tido tratamento VIP nas lojas Fotosport. Tanto na do CC S.João de Deus como na do Saldanha Residence. Mas como a do S.João de Deus fecha a horas decentes, vou mais à que fecha às 23 horas.

    Aquilo não são empregados. São amigos. Espectacular trabalho que têm feito.

    Há imensa coisa de que gosto no blogue, mas aí o mérito é muito dos amigos designers. As ideias são minhas? São. Os textos são meus? São. As sugestões de montagens são minhas? Na sua maioria.

    Mas vivemos num mundo de imagem e hipocrisia. Vê quantos visitantes tem o Prazer da Mesa, quantos tem o 15 Desatinónimos, quantos tem o Sexo na Noite, quantos tem o Ganda Ordinarice.

    E nunca tive um mail a pedir para tirarem da lista uma pessoa por causa do Sexo na Noite, que aborda os assuntos de uma forma muito mais crua e realista do que o Ganda Ordinarice, que é um exercício estético de fotografia, uma maneira de fazer reportagem descontraída, um ensaio humorístico e uma forma de divulgar (de forma completamente gratuita e ainda a ser insultado e difamado --- ver as reportagens do Sexy 2007, o Salão de Portimão) sex-shops, clubes de strip e tudo o que tenha a ver com sexo. Não se limitando a isso.

    Nós os dois tivemos alguns desatinos na Gazeta, por motivos laborais. Não continuamos grandes amigos, passados estes anos todos? Claro que sim.

    Eu não publico mais na editora POLVO. Mas continuo grande amigo do Rui Brito.

    Eu não publico mais na OFICINA DO LIVRO, mas continuo grande amigo do Marcelo Teixeira.

    O Vasco Santos, da FENDA, prometeu-me o stand dele para a Feira do Livro, no ano passado. A dois dias de começar, deu o dito por não dito. Mas estava de boa-fé. Foi um azar que aconteceu. Continuo a gostar muito dele e a nossa amizade está intocável.

    O Luís Oliveira, da ANTÍGONA, recusou um original meu e diz que o que mais prazer lhe dá é rasgar originais. Tem o seu padrão editorial, não se queixa da vida, nem se sente culpado por beber um bom vinho e ter um bom carro. Simpatizo à brava com essa subversão. Temos laços de empatia grandes.

    A Maria do Rosário Pedreira achou que um romance meu não tinha qualidade suficiente para ser publicado (assustou-se com algum tipo de linguagem), mas esteve a trabalhar muitas horas à borla para mim. Leu o romance rapidamente (dentro do possível, levou menos de dois meses, se não me engano), analisou-o minuciosamente e trocou mails comigo. E podia estar a ler muitas outras coisas. Isto merece-me o mais profundo respeito e a mais profunda gratidão.

    Portanto, há que entender os padrões de relacionamento. Na Net não estás protegido. Se estás de boa-fé, podes perder imenso tempo com toneladas de parvos, em vez de ir ao cinema e estar com os amigos no Galeto.

    E olha só o que eu já escrevi aqui. E sólido, desde as 16 horas, ainda só comi um chocolate. Uma série de imprevistos com o show.
    Mas o espírito de equipa do Teatro Bocage tem sido impecável. Ontem, depois da ante-estreia, deram-me uma canetinha azul à maneira, com o nome Dick Hard gravado. E uma obra de arte que só não dá para beber copos porque é um cilindro sem fundo. Aí é que falharam.

    Fizeram-me um bolo de aniversário com a tromba do Dick Hard. Eu cravei a faca com as duas mãos e tentei cortar. Mas o bolo veio atrás e o tabuleiro de papel começou a deslizar pela mesa, que era redonda e pequena. Eu estava a controlar o movimento, mas eles é que não sabiam. Depois de uns 20 minutos à espera que eu tomasse banho, para abrir o bolo e mamar o champanhe, o Bacardi Limón e mais uma série de bebidas espirituosas (comigo até as bebidas têm sentido de humor), estavam a ver que o bolo ia com os porcos. Houve logo quatro a correr e a pôr a mão por baixo, aflitos. Só que eu travei como quis o bolo. Estava planeado!
    Houve logo um que disse; "Ganda cabrão!".

    Agradeci. Percebi que tinha gostado de me ver de corninhos, durante o show. Hoje estive a experimentar uns corninhos novos, de plástico, em vez do poliéster. E usei gel. Funcionou pior.
    Além do mais vão ter uma peça em que apresentam um barril de Guiness. Isto para mim é muito importante. Estas coisas contam.

    Viva o Leixões! Continua a promover a convivência pacífica e a canzoada. Isso é que é um projecto de vida.

    Grande abraço!

     
  • Às 8:34 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    Mariita:

    Lixada estás tu, que vais ter de levar comigo ao vivo. O computador podes desligar quando quiseres.
    E eu tenho mais força que a tua mãe, tu e o teu irmão juntos!
    Tens de ir buscar reforços da marginalidade ao Parque Eduardo VII.
    Mas eu ando tão avariado da caixa dos pirolitos que tenho andado a passear por lá à noite, a ver se sou assaltado. Apetece-me andar à porrada. Já agora aproveito e bato em quem merece. Ou então levo um tiro nos cornos.
    Ficas a saber que quero o poema "Tombstone" na minha lápide.

    Já sei que tem muitas letras, mas se fôr a dividir pelos meus muitos amigos não custa nada.

    Não fiques preocupada. No estado em que ando com o stresse do show eles nêm têm hipótese de reagir. No outro dia um gajo com mau aspecto meteu a mão no bolso para tirar um maço de cigarros quando se estava a cruzar comigo. Mandei-lhe um pontapé no peito e ele foi bater na estátua do cavalo, dentro do lago.

    O gajo levantou-se, saiu da água e veio cá para fora. Eu fui a correr, mas era para lhe pedir descilpa. O gajo pensou que era para lhe bater mais e desatou a correr. Como ando mesmo marado dos cornos, corri atrás dele, passei-o, cortei uma meta imaginária e disse: "Ganhei! Agora tens de me pagar uma imperial nos "Bons Amigos", que a esta hora já não há mais nada aberto".

    Mas isto foi mesmo verdade?
    Não. A verdade é que fui vítima de uma tentativa de assalto, dei um pontapé nos tomates do primeiro, que tinha uma arma de fogo e um pontapé na tromba do segundo, que tinha uma naifa. Depois mijei em cima de um, o que levou o pontapé nos colhões (para intimidar, tinha bebido cinco cervejas e veio a calhar) e atirei com um dos meus cartões com os blogues, o telemóvel e o nome para cima do outro. E disse:
    "Quando quiserem estou à vossa disposição. Têm aí a minha morada".
    E saí dali devagar, mas a olhar para trás e com o coração a bater muito. Claro que eu sabia que o cartão não tinha a morada. Ando perturbado, mas convém não exagerar.

    Esta história também não é verdade. A verdade é que andava a passear por lá e encontrei o Major Valentim Loureiro, que me disse:
    "Você não esteve connosco em Parma, há uns anos, na eliminatória com o Boavista?".
    E eu: "Eh! pá, isso é que é memória. Para o que lhe interessa,claro".
    E ele:
    "Posso fazer-lhe um broche?"
    "Pode"
    "Então passe lá pela ourivesaria de uns amigos meus em Gondomar".

    Mas qual é o objectivo disto tudo?
    Obviamente ser processado e ser notícia. Se isso acontecer, o meu show no Teatro Bocage será um êxito e a publicidade corre por conta deles.
    E mesmo que eu tenha problemas nos tribunais eles vão ter outro tipo de problemas se o caso chegar a tribunal.

    E mesmo que não queiram tratar disto em tribunal também podem ter outro tipo de problemas, como reacção aos problemas que eu possa ter. É uma questão de plantéis. Só que eu não tenho filhos para criar e um gajo com os filhos fica sempre muito preocupado, o que é natural.

    Olha, lembrei-me agora que os amigos me ofereceram ontem a edição especial de "O Padrinho".
    Mas porque é que eu me lembrei disto precisamente agora?

    A minha mãe acaba de me fazer uma proposta que não posso recusar:
    "Ó filho da puta, vai comer, que estás a foder a tua saúde toda"
    E eu:
    "Oh! pá, estiveste a trabalhar hoje? Isso é contigo. E não te metas na minha vida sexual, senão obrigo-te a ir jantar com o Zé Sócrates. E não penses que vai ser tão fácil como com o Vítor Espadinha".

    Bem, vou mesmo comer.

    Estão a ver como não perderam nada por eu não postar fora das caixas de comentários?

     
  • Às 8:19 da manhã , Blogger Eugénio Queirós disse...

    Ganda ordinário, não te esqueças de me mandar pelo menos uma foto para a editar no BOLA NA ÁREA.

    eugeniokeiros@gmail.com

     
  • Às 8:46 da manhã , Blogger Eugénio Queirós disse...

    Essa história do tamanho das pilinhas é obsessão ou complexo?

     
  • Às 6:43 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    Ganda Eugénio:

    Já tenho CD com porradões de fotos. Mas não vou pedir aos meus amigos para te mandarem via e-mail. Pois se foi por isso (para os poupar) que "estagnei" o blogue!
    Mas vais poder "picar" brevemente.

    Ou então telefonas-me para o meu fixo ou o meu telemóvel e dás-me a tua morada. Mando-te pelo correio um CD que não me faz falta. Fiz vários. São perto de 300 fotos.
    Tens é de me prometer que não vais publicar as fotos em nenhum blogue respeitável. Tenho uma imagem a defender.

    Quanto à pilinha, a questão é esta:
    --- Por um lado, é um elemento da técnica humorística, a auto-depreciação, tão bem usado por nomes como o Ricardo de Araújo Pereira e o Pedro Tochas (no stand-up) ou o Pedro Mexia (nas crónicas).
    --- Por outro lado, é verdade.
    --- Por outro lado, é a forma de aguçar a curiosidade das miúdas, que não acreditam. Depois, se eu tiver direito a qualquer coisinha e elas se queixarem sempre posso dizer: "Vão-se lixar! Eu avisei! Quem é que manda pensar que sou mentiroso?".

     
  • Às 4:08 da tarde , Blogger Miss Libido disse...

    Parabéns atrasados, Luís...

    E que raio de cena a tua de te despedires deste blogue assim à má fila?

    Eu que te lia vou sentir a falta!

    Ao menos ve se apareces no Jantar de Natal da Dominium a ver se a gente troca duas de letra e me falas do novo livro...

    Podes saber tudo no Forum Dominium ou liga-me - Jantar Porto 15/12 no Restaurante Lingerie, com eventos posteriores em clube swing, após a ceia. Liga-me e PARABENS amigo...

    ML **************************

     
  • Às 5:58 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    Muito obrigado pelos parabéns.
    Está cada vez mais difícil ir ao Porto.
    Gostava muito, mas as coisas estão muito complicadas em termos de datas.
    E não me despedi à má-fila. Apareci na blogosfera à má-fila. Lê o primeiro editorial do Ganda Ordinarice para perceberes.

    Podes continuar a ler-me nas crónicas de "Os meus livros". Podes continuar a ler-me no www.sexonanoite.blogspot.com.

    Está na altura de desacelerar. As "fugas em frente" só me têm esvaziado as reservas financeiras e a crise está para durar.

    Grande beijinho.

     

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