O teu sexo chamava-se Cadbury
O teu sexo chamava-se Cadbury
por isso cheirava a hortelã-pimenta
à saída de um banho de espuma
Quando a minha língua inventava ralis de serpente
nas areias do deserto, a tua gruta de penugens avulsas
abria-se ao Mundo num ritual contemplativo de prazer
Ali as babas de Ali Babá se disfarçavam de baba de camelo
e a tua pele era tesouro de rubis
fundidos num desejo insano derretido
E quando gemias a tua voz sabia a morangos com chantilly
e o meu nariz era como um falo de Bergérac
a esgrimir fogosidades de Cyrano
Sei que não me levas a mal
o gesto irreflectido de ter comido
o teu sexo todo de uma vez
Não resisti
como poderia resistir
quando o teu sexo se chamava Cadbury?
In “Antologia de Poesia Erótica,coordenação de Paulo Brito e Abreu, Universitária Editora, 1ª edição 1999, prefácio de José Fernando Tavares”.
Este poema foi declamado, entre outros locais, no Teatro Ibérico,num espectáculo intitulado “Como o diabo gosta”. E agora dedico-o à grande Mademoiselle Tomcalova. Espero que gostes, Silvia. Afinal, eu sou um “buzzer” do teu top.
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