Ganda Ordinarice

Desabafo bem intencionado e imagético sobre o Salão Erótico de Lisboa.

domingo, agosto 05, 2007

Contos do Dick Hard - VIII

DICK HARD NA FINAL DA TAÇA UEFA

Desporto-rei? Muito decadente anda o futebol! Onde estão aqueles jogos emocionantes como a final do Mundial de 74? Agora é só gajos a fazerem-se à falta, a mandar-se para a piscina, uma tanga é o que é!
Bem, mas uma final em Portugal é uma final em Portugal. Dick Hard não pudera presenciar no estádio da Luz a final do Euro-2004 (uma vigilância a uma gaja que punha os cornos ao marido com o melhor amigo da melhor amiga do marido), mas agora ia desforrar-se no Legolândia XXI (o nome do estádio não era esse, mas Dick Hard gostava da terminologia que Luís Graça usara no livro “Neura-2004”).
O Sporting despachara os adversários todos e chegava à final com os italianos do Parma. Dick Hard estivera uma vez em Parma, com o Luís Graça, que foi cobrir o Parma—Boavista para o “Correio da Manhã”. O cabrão do jornalista até tinha piada. O Boavista empatou e ele pôs em título: “Panteras não bebem leite”. Percebem? A Parmalat, o leitinho.
Depois, Dick Hard convidou o primo Rick Dart e foram até Torres Novas assistir ao jogo da segunda “mão”, porque o Boavista tinha o Bessa interditado. No final do encontro a sala de Imprensa estava fechada e o Luís Graça pôs-se aos murros na porta. Aquilo fazia um eco enorme e passou um senhor a chamar nomes ao Luís Graça: “Selvagem!Selvagem!”. E o Luís Graça para ele, depois do funcionário vir a correr abrir a porta: “Bem, pelos vistos parece que só os selvagens é que conseguem entrar na sala de Imprensa, para trabalhar”.
Cenas!
Dick Hard não deixara nada ao acaso e desta vez conseguira comprar um bilhetinho jeitoso ainda se estava na fase dos quartos-de-final da Taça UEFA. Fosse quem fosse ao prélio decisivo, Dick Hard queria estar presente num estádio português, numa final de uma competição europeia.
Mas gostava de assistir a tudo numa de calma. Chegou cedo e ficou ao lado da claque do Parma. Ou melhor, ficou ao lado de alguns adeptos do Parma que tinham bilhetes para a bancada central e estavam afastados da claque. Ainda faltava mais de uma hora para começar o jogo. O estádio já estava com muita gente, a vibrar com o clima de festa.
Pode pensar-se que de Parma só vinham homens para assistir à final. Puro engano. A claque do Parma tinha montes de senhoras. Quer dizer, miúdas. Especificando, gajas muita boas na casa dos vintes. Aquilo até dava alma a um morto.

A malta acha que as italianas são morenas, que as suecas são louras e etc e tal. Mas não é bem assim. Aquilo no norte de Itália está repleto de miúdas louras. E que louras, senhores ouvintes! Só no Legolândia estavam umas 500. Ou mais. E dessas 500 umas 350 a 380 eram mesmo muito jeitosinhas. Muito jeitosinhas é a gente a falar. Eram mesmo belas, de se lhes tirar o chapéu. E o resto da roupa, já agora.
Dick Hard estava mesmo numa de fruir o clima de festa e não lhe passava pela cabeça que as jovenzitas do Parma viessem meter conversa com ele:
— Prego, signore, onde é que é a toiletta?
Por acaso até já marchava um prego com mostarda, ou uma sandes de courato, pensou o Dick. Mas não se armou em esperto e indicou a tal toiletta à miúda, que tinha um decote muito adiantado para o adiantado da época, quer dizer, 18 de Maio.
Passada uma meia-hora, a miúda regressou da toiletta e veio outra vez falar com Dick:
— Lei é adepto do Sporting?
Mas qual lei! Ali eram todos europeus, para não armar discussões. Melhor dizendo, latinos. Era um truque que dava para portugueses, franceses, espanhóis e italianos. E com boa vontade ainda se alargava o conceito aos romenos, vampiros incluídos.
Dick lá foi dizendo que gostava era de futebol e tinha muita simpatia por Parma. Porquê? Ora essa, por causa das violetas e das mulheres. Mal disse isto arrependeu-se. Será que a miúda o ia considerar machista?
Qual quê!?! Fartou-se de rir.
Puseram-se a falar e passados uns dez minutos a miúda deu-lhe o mail dela: simona@xupaki.it. Dick pensou que era mau sinal: esta é amiga. Põe-se para aqui a trocar de mail, nada feito. Se quisesse fruta anónima não se punha a dar o mail.
E que pena Dick tinha de pensar assim. A loirinha com cabelo curto era mesmo uma curte. Um sorriso de andar à estalada às estrelas do céu, uma boquinha de lábios que até dava vontade de pintar a óleo. Um decote que deixava adivinhar dois seios nem pequeninos nem grandes. E um rabinho que merecia as mais solenes felicitações e um grande abraço ao presidente da República, se ele quisesse dar-lhe uma cumenda.
Ao intervalo, o Sporting ganhava por 1-0, golo de Liedson. “Liedson resolve”. Pois é, o pior é se o escarumba-salvador resolve ir-se embora no final da época.

Simona não estava nada preocupada. Saiu para a zona dos comes e bebes. Voltou já com a partida a decorrer e um olhar brilhante. Dick mirou-a, divertido, e sorriu. Percebeu que o intervalo tinha metido uma “broquita”, fumada assim a modos que às escondidas, que nem é muito às escondidas. Aquilo era o corredor cheio de italianos a dar-lhe com alma, para ver se era possível virar o resultado no segundo tempo. A “broquita” do intervalo correspondia ao tradicional copo de três português “para o caminho”.
O cachecolinho amarelo-e-azul do Parma ficava-lhe a matar com a cor dos cabelos. E ela aos saltos na bancada central, a acompanhar os cânticos da claque. Ai aquelas maminhas deliciosas aos saltinhos na fila H, como dois melros que a Pide tivesse acabado de soltar, depois de um interrogatório na António Maria Cardoso...
Ai, coração! Aguenta, Dick! O que Hard cura!
Quando o Tello escorregou no relvado e falhou o cruzamento (como uma vez aconteceu ao António Oliveira, com o Dínamo de Zagreb), ninguém pensou que a puta da bola fosse parar dentro da baliza. Mas o Sporting de José Peseiro reserva surpresas ao mais avisado dos sócios. A puta da bola chutada pelo Tello foi embater ruidosamente no carrapito do Rochembach, alterou a trajectória, raspou ao de leve no calcanhar de Beto e ainda beijou ao de leve o poste esquerdo do portero do Parma, antes de entrar, toda lampeira, para o 2-0.
Dick olhou para a Simona, que fez uma expressão de desagrado e depois encolheu os ombros, como quem diz: “Esta já não é nossa”. O diabo da miúda era mesmo querida. Ainda tinha paciência para brincar com a situação. Tirou o cachecol, embrulhou-o e ajeitou as maminhas, com mais um saltinho cómico.
Mas Dick não se riu. Tinha ficado a apreciar seriamente o movimento oscilatório das maminhas.Simona apercebeu-se da expressão de desejo de Dick e segredou-lhe ao ouvido:
— Tenho medo de ir sozinha à toiletta. Queres vir comigo?
Dick não queria acreditar.
— Agora? O jogo está a acabar...
— Agora é que é. Isto já está decidido. Gostava mesmo que viesses comigo.
Saíram. Com licença, com licença, com licença, os adeptos do Sporting a amaldiçoar os parvos que se punham a passar à frente nesta altura da final.
Simona tomou Dick pela mão e pôs-se a correr, emitindo gargalhadinhas. E levou-o para a casa de banho dos homens, entrando de rompante, sem querer saber se era vista.

Por acaso não estava ninguém no horizonte e Simona abriu uma porta do compartimento das retretes.Entraram. Fechou a porta e mandou Dick subir para cima da retrete. Dick ficou um bocado baralhado. Rapidamente passou o efeito da baralhação. Simona olhou para ele com uma expressão meiga, empurrou-o docemente contra a parede e disse:
— Agarra-te bem!
Dick agarrou-se o melhor que pôde, física e psicologicamente. Simona começou a acariciá-lo por cima das calças Wrangler e o Dick mais pequenino imediatamente correspondeu, porque era sócio da Associação de Amizade Lisboa-Parma.
— Ó pá, eu quero! Ó pá, eu quero! Ó pá, eu quero!
Simona meteu a mão no bolso, tirou um preservativo com as cores do Parma, edição especial comemorativa da final, com sabor a abacate, envolveu o Dickofalo e toma lá e vê se gostas.
É óbvio que Dick gostou. Principalmente porque Simona manteve o sorriso durante todo o acto felatório, vulgo broche.
Quando Dick se aprestava para fechar a braguilha e descer da retrete, uma surpresa apareceu à traição, com um pirilampo azul e uma sirena muito ruidosa. Simona baixou as calças e exibiu uma sarda com o dobro do tamanho daquela que era propriedade do senhor Hard:
— Vá, também queres fazer-me um pompino?
Mas qual pompino! Dick saiu em alta velocidade da casa de banho, não voltou ao seu lugar, não viu entregar a taça ao Sporting e só parou a meio do Campo Grande, numa roulotte, pondo-se a mamar minis de urgência, até lhe passar a pancada.
Lá para as duas da manhã, o primo Rick Dart deu com ele:
— Homem, o que é que tens? Até parece que a filha do Nené te andou a mamar no sardão...



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8 Comentários:

  • Às 1:16 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    É bem feito.

    Devias era ter sido enrrabado em asta publica mesmo no centro do terreno de jogo pois, imbecis como tu que, ao melhor estádio de Portugal (o unico 5 estrelas existente em Portugla, segundo a classificação FIFA) e, pertença do unico clube de Portugal (só existem clubes ou de bairros ou de cidades - SPORTING CLUB DE PORTUGAL é o unico) o chamam de legolandia, só podem vir daquela trampa incabada do Alqueva, que fica para ali em frente oa Colombo.

    Espero que no final de beberes as minis, tenhas sido enrrabado por um preto sidosso com um mastro de 40 cm... decerto que foste... mas isso não te atrevias tu a contar não é???

    Vai mas é pró Galeto ingerir salmonelas ó cretino.

     
  • Às 11:19 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    Ora aqui está mais um comentário original e com propostas para a minha vida sexual.

    E não há como escrever sobre futebol para despertar paixões.

    Já agora, eu até sou do Sporting.Quanto ao estádio, até é giro por dentro,mas por fora tem um aspecto um bocado ridículo.

    E sinto-me à vontade para criticar o estádio, pois andei a carregar baldes de cimento para construir o antigo pavilhão do Sporting, onde tive o prazer de assistir a grandes vitórias dos "leões" em várias modalidades.

    Para terminar, passamos a corrigir algumas gralhas:

    --- o particípio passado de ENRABAR (enrabado) só tem um R, mas com dois deve ser uma enrabadela dupla.

    --- HASTA PÚBLICA é com H, mas a letra deve ter desaparecido, porque pode ter sido aspirado um H de origem inglesa.

    Saúdo com alegria o IMBECIL e o CRETINO, mas não posso deixar de lamentar que se use a caixa de comentários para dizer banalidades. Quem me conhece minimamente sabe que eu sou, além de muitas outras coisas, um imbecil e um cretino.

    Aconselho a leitura do primeiro editorial do blogue, onde sugiro a prática de insultos com originalidade. Mas a liberdade de expressão está acima de tudo.

    Seja bem-vindo e insulte sempre.

     
  • Às 7:40 da manhã , Blogger Geraldes Lino disse...

    Olá Dick (Luís Graça) Hard
    Ao fim de tantas andanças por tantas partes do mundo, alguma vez havia de te acontecer seres engatado, por um "travesti", sem te apercebres do engano.
    O conto está bem esgalhado, e, claro, com um final imprevisto que me deu vontade de rir.
    Parabéns.
    P.S.- Eu tb sou sportinguista, e não me coíbo de chamar banheira ao estádio do Spoooortiiiing! O comentador anónimo deve ser teu "amigo", pq sabe que frequentas o Galeto. Com amigos assim, para que é que andas a arranjar inimigos, gozando com o Sporting? Para a próxima, goza com o Puârto e com o Estádio do Morcão!

     
  • Às 11:43 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    Obrigado, Lino.
    O comentador pode ser um amigo meu ou a alusão ao Galeto ser mera coincidência.
    Nestas coisas nunca se sabe.

     
  • Às 2:58 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    Sempre um amigo teu caro Graça mas, deixa lá de dizer mal do Sporting e, faz mas é algo com base nas camisolinhas cor de rosa... senão nem te digo qual a cotação das redondezas do Photus...

    e acho que com esta te deixo à nora... e, obrigado pela correcção do português... no fundo, insultar obriga a certos conhecimentos da nossa lingua materna.

    e sim... continua Enrrabar com 2 R's que tens cu para aguentar isso e muito mais... :-)

     
  • Às 12:36 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

    Pá, este conto foi escrito há dois anos...
    Nem tinha sido ainda realizada a final.
    É espantoso. Basta escrever sobre futebol que há logo "caldeirada".
    Quanto às tabelas à volta do António José de Almeida, são flutuantes.

     
  • Às 6:15 da manhã , Blogger Geraldes Lino disse...

    Pois é, Graça, infelizmente os temas mais banais são os que obtêm maior audiência.
    Há um ano, aconteceu-me desanimar com o fraco volume de visitas ao meu blogue, e pensei: "Se criasse uma rubrica acerca de pornografia na Banda Desenhada, com certeza que aumentaria exponencialmente o caudal de visitas". Mas não o fiz, resisti ao apelo da facilidade.
    Agora achei piada ao teu desabafo: "Basta escrever sobre futebol, há logo cladeirada". É verdade: até o teu amigo Lino, talvez com surpresa tua, meteu colherada na caldeirada. Calhou :-)
    Abraço do GL

     
  • Às 11:36 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

    Mete sempre a tua colherada nas minhas caldeiradas.
    Dispõe, Lino.

     

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