segunda-feira, maio 12, 2008
sábado, janeiro 05, 2008
Moda Foca, o blog
Senhoras e gajos,
Serve este post para vos apresentar o novo blog relativo à revista humorística Moda Foca cujo número 1 deverá sair já em Março/Abril.
Podem lá deixar os vossos comentários que a gente agradece.
http://revistamodafoca.blogspot.com/
domingo, dezembro 23, 2007
Nataladas
domingo, dezembro 16, 2007
Moda Foca
Esta é a ilustração para a capa de uma revista humorística que eu e a Pedranocharco estamos a elaborar. O primeiro número deve sair por volta de Março/Abril e vamos ver se já em Janeiro sai um nº 0 em formato digital como aperitivo.
Ah, sim. A ideia da ilustração surgiu de um cruzamento entre aquelas revistas para as donas de casa cheias de fotografias de gente do Jet7, e outros parasitas, com um pacote de leite meio gordo de litro.
http://alvarocartoon.planetaclix.pt/
domingo, dezembro 02, 2007
domingo, novembro 11, 2007
quinta-feira, novembro 08, 2007
quarta-feira, novembro 07, 2007
Gajas
Já não me lembro lá muito bem, mas acho que fiz este cartoon para um concurso em que o tema era "A Mulher"...
Deve ter sido.
http://alvarocartoon.planetaclix.pt/
Deve ter sido.
Desculpem lá, mas com a porra da idade o Alzeimer está cada vez pior.
http://alvarocartoon.planetaclix.pt/
domingo, novembro 04, 2007
Bush e o sócio
terça-feira, outubro 30, 2007
A Lei do Desespero e a Lei da Tranquilidade
Vou deixar de escrever posts para o Ganda Ordinarice. Quer isto dizer que o blogue se finou? Muito pelo contrário, é apenas um princípio. Este espaço electrónico fica aberto aos meus amigos. Exijo apenas que seja RESERVADO O DIREITO DE ADMISSÃO.
Até aqui, havia apenas dois colaboradores/postadores: Álvaro e Frick Bang. E no último caso com apenas um poema dedicado a Sonia Baby, já que a fase de maior actividade prevista (o Salão Erótico de Lisboa) coincidiu com problemas de saúde deste meu amigo.
A partir de agora, o Ganda Ordinarice pode mesmo ficar aberto a outros amigos que queiram manter viva a chama do blogue. Com uma condição: a minha aprovação. Sabendo-se que respeito intransigentemente o conceito absoluto da liberdade de expressão e que me vou “separar” deste meu “caso de sedução”, exijo controlar quem entra. Por isso conto com os amigos que me ajudaram a gerir o blogue até hoje: não deixem entrar ninguém sem eu aprovar.
O reforço mais recente é um belo reforço: JOÃO SALEMA (Repórter Digital) que já viu publicados dois posts com o seu trabalho. Mal ele queira e se cumpram as formalidades para que ele possa e deseje postar, entrarão em linha os cinco posts restantes que eu ainda escrevi sobre o FICEB 2007, com fotos dele. Questão de justiça, gratidão e mais-valia para o blogue.
O blogue será o que eles quiserem.
Português, escritor, 45 anos. É verdade que não sou o Bernardo Santareno, mas isto começa hoje por ser rigorosamente verdade. Estou a escrever o post no domingo anterior a esta quarta-feira de aniversário, mas é certo que só o lerão na quarta-feira, se calhar depois ou antes da Noite de Halloween (31 de Outubro). Estarei eu no Palco do Teatro Bocage, na avant-première do meu espectáculo “De boas erecções está o Inferno cheio, stand up show”, armado em diabinho, provocando a assistência e dizendo as maiores obscenidades. No final, lançarei o meu décimo título em edição de autor. Neste estatuto, o quinto consecutivo desde Maio de 2006. E espero bem que o último, porque o dinheiro está mesmo a entrar na recta final.
Posto isto, quais os motivos da minha desistência?
Tentarei ser o mais claro possível, porque estou a escrever praticamente com duas “directas” em cima, a tratar de coisas do espectáculo. A cabeça roda, tenho a magnífica Laura Fygi nos auscultadores, em voz alta, para ver se consigo manter uma certa coerência.
Fácil: a conjugação da Lei do Desespero com a Lei da Tranquilidade. O desespero de ver os amigos completamente esgotados com a sua vida e ainda a sofrer à conta de me ajudarem no blogue, com algumas noitadas muito violentas. Deixar de escrever para o blogue corersponde à minha Lei da Tranquilidade: já não sofrerei mais por os ver sofrer, a postarem as minhas coisas, “esfarrapando-se” todos, enquanto se debatem com problemas bastante graves nas suas vidas, nalguns casos. E noutros, muito simplesmente abdicando, em nome da amizade, de um merecido descanso, após uma semana ou um dia de trabalho.
O meu filme é este: sempre escrevi. A escrita é uma paixão que se sobrepõe a tudo e não precisa nada de blogues para se afirmar. Nem de livros publicados. O que tiver de escrever, escrevo. “Não se preocupe com isso. Vai ver: o que o tiver de sair, sai mesmo” disse-me o magnífico autor de “O que diz Molero”, que de resto teve a amabilidade de me oferecer após a entrevista que efectuei para a “Gazeta dos Desportos”. O senhor Diniz Machado, grande escritor, homem bom, um cúmplice da vida e desta cidade tão linda que é Lisboa, cada vez a ficar mais feia no seu tráfego humano que polui as almas.
Mas um livro publicado é das coisas que mais sentido fazem no meu mundo. Um livro meu ou de qualquer outra pessoa. É a nossa forma de podermos continuar a comunicar com o mundo depois de mortos.
O Ganda Ordinarice começou por uma brincadeira que só deu gozo (ler primeiro Editorial). Neste momento já é uma grave fonte de problemas. Iniciei-me nele apenas pelo gozo de publicar fotos. A fotografia é uma das minhas enormes paixões e sinto-me orgulhoso por ter conseguido postar as fotos que postei, sendo um perfeito ignorante em termos de fotografia e dispondo de material completamente amador e...analógico.
(Interrompi aqui o texto durante uns tempos. A partir de agora estamos na madrugada de segunda para terça-feira, 30 de Outubro. São 4 horas e 36 minutos. Estive a tratar de coisas relacionadas com o meu espectáculo. Estou a ouvir Laura Fyji, “I love you for sentimental reasons”)
A minha eterna gratidão a todos os que me ajudaram com os blogues. Mas não pensem que esta é uma atitude emocional. É muito pensada. Muito obrigado ao Álvaro, por me tentar dissuadir de forma fraterna, desinteressada e dedicada. Às vezes, de cabeça quente, fazemos coisas de que nos arrependemos. Mas o Álvaro percebeu que esta é uma atitude que vai trazer tranquilidade a muita gente. A começar por mim.
Há tanta coisa para ler e reler neste blogue. E tanta coisa que pode vir a ser postada pelos amigos que vão “transportar a bandeira”. Estarei solidário com eles. Até em tribunal, se tiver de ser. Mas é óbvio que eles serão os principais responsáveis pelo que escreverem e publicarem. Isso não passará por mim.
Quer dizer, o Ganda Ordinarice não é já o blogue do Luís Graça. Foi o blogue do Luís Graça. Agora é o blogue dos amigos do Luís Graça e será muito visitado pelo Luís Graça, que o colocará na sua lista de favoritos. E andará pela caixa de comentários conforme o seu estado de espírito.
Portanto, não adianta fazerem abaixo-assinados para que isto continue. Agradeço a quem me disser palavras simpáticas, mas não garanto que vá responder. Pois se o meu objectivo é não perder tanto tempo em blogues e não o fazer perder aos amigos...
Já não suporto os complexos de culpa judaico-cristãos. Estar todo “partido” e andar nos links do Ganda Ordinarice com a “obrigação” de postar comentários nos blogues dos amigos, para que não se sintam sós. Por gratidão para com pessoas que já me deram muito e vão continuar a dar muito. Mas não posso continuar a atravessar as madrugadas na Net, a ver nascer o dia e a preparar a próxima sessão de insónias.
Tenho montanhas de amigos, com montanhas de blogues. Se deixei de escrever no meu, passo a ter autoridade moral para visitar menos os dos outros.
Não tem lógica nenhuma ter um blogue se não dominarmos minimamente a capacidade de postar. Não tenho “scanner”, não tenho jeito para computadores, não tenho espaço no quarto. E não tenho necessidade nenhuma de escrever para blogues.
O esforço para garantir visitantes fez-me sentir prostituído. Foi um acto de desespero. A que se deve esta Lei do Desespero? Ao facto de não conseguir ganhar dinheiro nenhum como jornalista, argumentista, dramaturgo, poeta ou escritor.
(Aos que quiserem embirrar e dizer que tanto o dramaturgo como o poeta são escritores, faço um pedido: auto-insultem-se de forma veemente, por obséquio. Estilo: “Vão para o trabalho”).
Houve coisas que me marcaram muito negativamente no blogue. A frieza com que pessoas que tinha por amigas me pediram para as retirar da lista com o mailing das actualizações. Algumas por engano, outras por cansaço. O problema é a forma como o fizeram.
Não posso aceitar que uma colega da Comunidade de Leitores (que conhecia o meu espírito subversivo) tenha acabado o mail desta forma: “O seu blogue é nojento. Estamos conversados?”. E rematou com a inicial do seu nome e o apelido por extenso, para acentuar o corte.
Qual a lógica de me ter pedido para fazer o elogio fúnebre de um amigo seu de há 30 anos, da primeira Comunidade de Leitores da Culturgest? Ela agradeceu-me. A família agradeceu-me. Eu despedi-me do Fernando Alves Serra de alma leve.
E essa mesma pessoa (que me recebeu muito bem em sua casa, há 7 anos) resolve chamar nojento a um blogue no dia em que publico um post sobre a tentativa de qualificação olímpica de Portugal na modalidade de hóquei em campo?
Fiz das tripas coração para lhe responder amigavelmente, tentando separar o escritor obsceno da pessoa. Pura e simplesmente não me respondeu. Há algo de muito errado com os blogues, quando destroem amizades.
Há algo de muito certo com os blogues, quando constroem amizades.
A situação é esta: não preciso de blogues para construir amizades. Faço amigos a cada esquina. Como ontem, quando dei 40 euros a uma jovem puta, para ir comprar medicamentos para o filho.
Ingénuo, eu? Não era verdade? Eu acho que era. Tenho muitos quilómetros de voltas ao Técnico (www.sexonanoite.blogspot.com) para aprender a distinguir as mentiras das putas.
Mas sou falível.
Numa coisa não vou falhar: não voltarei atrás com a minha palavra. Percebam isto: esta despedida é o meu bilhete para o descanso. Precisamente por levar a minha palavra muito a sério é que estou a salvo. Querem continuar a ler-me? Leiam o Sexo na Noite. Todas as semanas há um post novo. E é só “corta e cola” para os amigos. Vejam-me a jogar pingue-pongue em “O prazer da mesa”. Se gostam de ténis de mesa, têm lá os links que interessam.
Estão a descobrir-me agora? Leiam o “15 desatinónimos para Fernando Pessoa”, integralmente publicado no blogue. Leiam os contos do Dick Hard no Ganda Ordinarice. Esses contos não vão conseguir comprar em livro, porque a tiragem é tão reduzida que ele nem vai chegar às livrarias.
Disse um padre do Opus Dei em 1978: “Acho que o bicho Luís não é um mau bicho”.
Bem, modéstia à parte, no meio de tanto filho da puta, até sou um gajo meiguinho. Mas gosto de pornografia, futebol e comezainas, como disse uma vez o Carlos Guerreiro num espectáculo dos Gaiteiros de Lisboa no Largo de S.Paulo, nas festas da cidade.
No tempo em que ainda havia dinheiro.
Eu já não tenho mais dinheiro para gastar com o blogue. Está na hora de ser ordinário de forma profissional. Querem ver-me, divertir-se comigo, conhecer-me, agredir-me, bater-me uma punheta (factual ou simbólica) ? Vão ao Teatro Bocage nas quintas-feiras de Novembro.
A partir daí não respondo por mim. Cumpridos os espectáculos, pode dar-me uma travadinha e emigrar para Ponferrada; posso agarrar no dinheiro que me resta e ir até Vigo. Fazer uma greve de fome na marina, até ter boleia para as Ilhas Cies, que agora já estão fechadas ao público.
Posso passar 24 horas seguidas no Monte Atalaia, na Venda do Pinheiro, a pensar na vida.
Mas o mais provável é que me resigne com a minha falta de mercado laboral e estoire o dinheiro que me resta no que verdadeiramente é importante: ajudar os amigos, comprar livros e CD, ir ao cinema, jogar ténis de mesa no Inatel, jogar snooker no Snooker Clube.
Por aí.
Agora sim, estamos conversados. Mas eu digo isto com toda a amizade. Desde Julho de 2006 escreveram-me coisas muito bonitas neste blogue. E disseram-me outras muito cruéis.
Tenham piedade da minha úlcera duodenal. Vão à vossa vida. Eu vou à minha.
Ainda tenho muito para escrever. Mas não tem de ser em blogues.
Abraços aos rapazes, beijinhos às meninas.
E assim aconteceu.
Até aqui, havia apenas dois colaboradores/postadores: Álvaro e Frick Bang. E no último caso com apenas um poema dedicado a Sonia Baby, já que a fase de maior actividade prevista (o Salão Erótico de Lisboa) coincidiu com problemas de saúde deste meu amigo.
A partir de agora, o Ganda Ordinarice pode mesmo ficar aberto a outros amigos que queiram manter viva a chama do blogue. Com uma condição: a minha aprovação. Sabendo-se que respeito intransigentemente o conceito absoluto da liberdade de expressão e que me vou “separar” deste meu “caso de sedução”, exijo controlar quem entra. Por isso conto com os amigos que me ajudaram a gerir o blogue até hoje: não deixem entrar ninguém sem eu aprovar.
O reforço mais recente é um belo reforço: JOÃO SALEMA (Repórter Digital) que já viu publicados dois posts com o seu trabalho. Mal ele queira e se cumpram as formalidades para que ele possa e deseje postar, entrarão em linha os cinco posts restantes que eu ainda escrevi sobre o FICEB 2007, com fotos dele. Questão de justiça, gratidão e mais-valia para o blogue.
O blogue será o que eles quiserem.
Português, escritor, 45 anos. É verdade que não sou o Bernardo Santareno, mas isto começa hoje por ser rigorosamente verdade. Estou a escrever o post no domingo anterior a esta quarta-feira de aniversário, mas é certo que só o lerão na quarta-feira, se calhar depois ou antes da Noite de Halloween (31 de Outubro). Estarei eu no Palco do Teatro Bocage, na avant-première do meu espectáculo “De boas erecções está o Inferno cheio, stand up show”, armado em diabinho, provocando a assistência e dizendo as maiores obscenidades. No final, lançarei o meu décimo título em edição de autor. Neste estatuto, o quinto consecutivo desde Maio de 2006. E espero bem que o último, porque o dinheiro está mesmo a entrar na recta final.
Posto isto, quais os motivos da minha desistência?
Tentarei ser o mais claro possível, porque estou a escrever praticamente com duas “directas” em cima, a tratar de coisas do espectáculo. A cabeça roda, tenho a magnífica Laura Fygi nos auscultadores, em voz alta, para ver se consigo manter uma certa coerência.
Fácil: a conjugação da Lei do Desespero com a Lei da Tranquilidade. O desespero de ver os amigos completamente esgotados com a sua vida e ainda a sofrer à conta de me ajudarem no blogue, com algumas noitadas muito violentas. Deixar de escrever para o blogue corersponde à minha Lei da Tranquilidade: já não sofrerei mais por os ver sofrer, a postarem as minhas coisas, “esfarrapando-se” todos, enquanto se debatem com problemas bastante graves nas suas vidas, nalguns casos. E noutros, muito simplesmente abdicando, em nome da amizade, de um merecido descanso, após uma semana ou um dia de trabalho.
O meu filme é este: sempre escrevi. A escrita é uma paixão que se sobrepõe a tudo e não precisa nada de blogues para se afirmar. Nem de livros publicados. O que tiver de escrever, escrevo. “Não se preocupe com isso. Vai ver: o que o tiver de sair, sai mesmo” disse-me o magnífico autor de “O que diz Molero”, que de resto teve a amabilidade de me oferecer após a entrevista que efectuei para a “Gazeta dos Desportos”. O senhor Diniz Machado, grande escritor, homem bom, um cúmplice da vida e desta cidade tão linda que é Lisboa, cada vez a ficar mais feia no seu tráfego humano que polui as almas.
Mas um livro publicado é das coisas que mais sentido fazem no meu mundo. Um livro meu ou de qualquer outra pessoa. É a nossa forma de podermos continuar a comunicar com o mundo depois de mortos.
O Ganda Ordinarice começou por uma brincadeira que só deu gozo (ler primeiro Editorial). Neste momento já é uma grave fonte de problemas. Iniciei-me nele apenas pelo gozo de publicar fotos. A fotografia é uma das minhas enormes paixões e sinto-me orgulhoso por ter conseguido postar as fotos que postei, sendo um perfeito ignorante em termos de fotografia e dispondo de material completamente amador e...analógico.
(Interrompi aqui o texto durante uns tempos. A partir de agora estamos na madrugada de segunda para terça-feira, 30 de Outubro. São 4 horas e 36 minutos. Estive a tratar de coisas relacionadas com o meu espectáculo. Estou a ouvir Laura Fyji, “I love you for sentimental reasons”)
A minha eterna gratidão a todos os que me ajudaram com os blogues. Mas não pensem que esta é uma atitude emocional. É muito pensada. Muito obrigado ao Álvaro, por me tentar dissuadir de forma fraterna, desinteressada e dedicada. Às vezes, de cabeça quente, fazemos coisas de que nos arrependemos. Mas o Álvaro percebeu que esta é uma atitude que vai trazer tranquilidade a muita gente. A começar por mim.
Há tanta coisa para ler e reler neste blogue. E tanta coisa que pode vir a ser postada pelos amigos que vão “transportar a bandeira”. Estarei solidário com eles. Até em tribunal, se tiver de ser. Mas é óbvio que eles serão os principais responsáveis pelo que escreverem e publicarem. Isso não passará por mim.
Quer dizer, o Ganda Ordinarice não é já o blogue do Luís Graça. Foi o blogue do Luís Graça. Agora é o blogue dos amigos do Luís Graça e será muito visitado pelo Luís Graça, que o colocará na sua lista de favoritos. E andará pela caixa de comentários conforme o seu estado de espírito.
Portanto, não adianta fazerem abaixo-assinados para que isto continue. Agradeço a quem me disser palavras simpáticas, mas não garanto que vá responder. Pois se o meu objectivo é não perder tanto tempo em blogues e não o fazer perder aos amigos...
Já não suporto os complexos de culpa judaico-cristãos. Estar todo “partido” e andar nos links do Ganda Ordinarice com a “obrigação” de postar comentários nos blogues dos amigos, para que não se sintam sós. Por gratidão para com pessoas que já me deram muito e vão continuar a dar muito. Mas não posso continuar a atravessar as madrugadas na Net, a ver nascer o dia e a preparar a próxima sessão de insónias.
Tenho montanhas de amigos, com montanhas de blogues. Se deixei de escrever no meu, passo a ter autoridade moral para visitar menos os dos outros.
Não tem lógica nenhuma ter um blogue se não dominarmos minimamente a capacidade de postar. Não tenho “scanner”, não tenho jeito para computadores, não tenho espaço no quarto. E não tenho necessidade nenhuma de escrever para blogues.
O esforço para garantir visitantes fez-me sentir prostituído. Foi um acto de desespero. A que se deve esta Lei do Desespero? Ao facto de não conseguir ganhar dinheiro nenhum como jornalista, argumentista, dramaturgo, poeta ou escritor.
(Aos que quiserem embirrar e dizer que tanto o dramaturgo como o poeta são escritores, faço um pedido: auto-insultem-se de forma veemente, por obséquio. Estilo: “Vão para o trabalho”).
Houve coisas que me marcaram muito negativamente no blogue. A frieza com que pessoas que tinha por amigas me pediram para as retirar da lista com o mailing das actualizações. Algumas por engano, outras por cansaço. O problema é a forma como o fizeram.
Não posso aceitar que uma colega da Comunidade de Leitores (que conhecia o meu espírito subversivo) tenha acabado o mail desta forma: “O seu blogue é nojento. Estamos conversados?”. E rematou com a inicial do seu nome e o apelido por extenso, para acentuar o corte.
Qual a lógica de me ter pedido para fazer o elogio fúnebre de um amigo seu de há 30 anos, da primeira Comunidade de Leitores da Culturgest? Ela agradeceu-me. A família agradeceu-me. Eu despedi-me do Fernando Alves Serra de alma leve.
E essa mesma pessoa (que me recebeu muito bem em sua casa, há 7 anos) resolve chamar nojento a um blogue no dia em que publico um post sobre a tentativa de qualificação olímpica de Portugal na modalidade de hóquei em campo?
Fiz das tripas coração para lhe responder amigavelmente, tentando separar o escritor obsceno da pessoa. Pura e simplesmente não me respondeu. Há algo de muito errado com os blogues, quando destroem amizades.
Há algo de muito certo com os blogues, quando constroem amizades.
A situação é esta: não preciso de blogues para construir amizades. Faço amigos a cada esquina. Como ontem, quando dei 40 euros a uma jovem puta, para ir comprar medicamentos para o filho.
Ingénuo, eu? Não era verdade? Eu acho que era. Tenho muitos quilómetros de voltas ao Técnico (www.sexonanoite.blogspot.com) para aprender a distinguir as mentiras das putas.
Mas sou falível.
Numa coisa não vou falhar: não voltarei atrás com a minha palavra. Percebam isto: esta despedida é o meu bilhete para o descanso. Precisamente por levar a minha palavra muito a sério é que estou a salvo. Querem continuar a ler-me? Leiam o Sexo na Noite. Todas as semanas há um post novo. E é só “corta e cola” para os amigos. Vejam-me a jogar pingue-pongue em “O prazer da mesa”. Se gostam de ténis de mesa, têm lá os links que interessam.
Estão a descobrir-me agora? Leiam o “15 desatinónimos para Fernando Pessoa”, integralmente publicado no blogue. Leiam os contos do Dick Hard no Ganda Ordinarice. Esses contos não vão conseguir comprar em livro, porque a tiragem é tão reduzida que ele nem vai chegar às livrarias.
Disse um padre do Opus Dei em 1978: “Acho que o bicho Luís não é um mau bicho”.
Bem, modéstia à parte, no meio de tanto filho da puta, até sou um gajo meiguinho. Mas gosto de pornografia, futebol e comezainas, como disse uma vez o Carlos Guerreiro num espectáculo dos Gaiteiros de Lisboa no Largo de S.Paulo, nas festas da cidade.
No tempo em que ainda havia dinheiro.
Eu já não tenho mais dinheiro para gastar com o blogue. Está na hora de ser ordinário de forma profissional. Querem ver-me, divertir-se comigo, conhecer-me, agredir-me, bater-me uma punheta (factual ou simbólica) ? Vão ao Teatro Bocage nas quintas-feiras de Novembro.
A partir daí não respondo por mim. Cumpridos os espectáculos, pode dar-me uma travadinha e emigrar para Ponferrada; posso agarrar no dinheiro que me resta e ir até Vigo. Fazer uma greve de fome na marina, até ter boleia para as Ilhas Cies, que agora já estão fechadas ao público.
Posso passar 24 horas seguidas no Monte Atalaia, na Venda do Pinheiro, a pensar na vida.
Mas o mais provável é que me resigne com a minha falta de mercado laboral e estoire o dinheiro que me resta no que verdadeiramente é importante: ajudar os amigos, comprar livros e CD, ir ao cinema, jogar ténis de mesa no Inatel, jogar snooker no Snooker Clube.
Por aí.
Agora sim, estamos conversados. Mas eu digo isto com toda a amizade. Desde Julho de 2006 escreveram-me coisas muito bonitas neste blogue. E disseram-me outras muito cruéis.
Tenham piedade da minha úlcera duodenal. Vão à vossa vida. Eu vou à minha.
Ainda tenho muito para escrever. Mas não tem de ser em blogues.
Abraços aos rapazes, beijinhos às meninas.
E assim aconteceu.