Ganda Ordinarice

Desabafo bem intencionado e imagético sobre o Salão Erótico de Lisboa.

segunda-feira, julho 24, 2006

That's all, folks! Sayonara (Por hoje)




Fiquem bem. Por hoje é tudo. Posso despedir-me à Engenheiro Sousa Veloso("Despeço-me com amizade, até ao próximo programa"), posso despedir-me à Professor Carlos Reis, mas aulas de Língua Portuguesa do Ano Propedêutico, via TV ("Nada mais por hoje, até à próxima lição").
Ou posso, muito simplesmente, deixar-vos na companhia de uma sandes de leitão. O estabelecimento ficava mesmo em frente da entrada. Ou não seja o Salão Erótico etiquetado como "porco" por muito boa gente.
Entre a música!

Língua viva







Se o latim é uma língua morta, bem se pode dizer que o jovem brasileiro que subiu ao palco tinha uma língua viva.
Depois da stripper se ter coberto de cera, deu o mesmo tratamento ao voluntário, que não se incomodou nada com a situação e estava preparado para tudo.
Por isso, quando apanhou a stripper toda nua em posição favorável, imediatamente lhe quis oferecer algumas noções de linguística.
A stripper foi obrigada a conter-lhe o entusiasmo de forma manual, enquanto a simpática "speaker" Cátia (colaboradora do "Fiel ou Infiel") lhe ia mostrando um "cartão amarelo" sonoro: "Ai, ai, ai, ai...".
Na impossibilidade de levar mais longe os esforços linguísticos, o jovem brasileiro ia lambendo a palma da mão à menina da cera.
O que posso dizer mais?
("Mais nada" dizem os meus amigos. "Sai daí, para eu pôr as fotos".)
Vou sair daqui. Depois dou-lhes a morada dos meus amigos...a região de Lisboa começa por...)



Euronews – no comments




Yabadabadu! Ganda pedra!

















Esta senhora deixou o Jardim do Tabaco em estado de choque.
Chama-se Lucy La Piedra e é uma ganda pedra! Por causa das tosses veio acompanhada do marido, um espanhol de rabo de cavalo.
Esbanjou sensualidade à beira do Tejo, esse rio bafejado pela sorte.
Agora pensem em algo ligeiramente diferente. Mudem de pedra. Pensem em "Apocalypse Now", uma lancha a descer outro rio, a caminho de uma morte anunciada.
Lembrem-se de Laurence Fishburne, no papel de "Clean", a dançar o samba com "I can get no satisfaction", dos Stones.
Como é que eu fiz agulha para aqui? Fácil. Não havia a música dos "Flinstones". Tive de recorrer aos Rolling. É tudo pedra da boa.
Yabadadadu!
Oi, Fred! Oi, Wilma!

Où est-tu, mon amour?




Tiffany Hopkins estava completamente desesperada na festa do Jardim do Marisco, no Jardim do Tabaco, na noite de apresentação do Salão Erótico.
Por momentos, eu fui à casa de banho e ela perdeu-me.
Como um bambizinho abandonado, sentiu-se completamente perdida, sem descortinar um sentido para a existência.

Nada disso. Tiffany Hopkins tem a cabeça no sítio. E sabe o que quer. A música é uma das suas paixões e leva a composição muito a sério. Ou não fosse filha de pai músico. Teve seis anos de formação em viola.






Em “Afrodisíaco Sexual” (realizado pelo fleumaticamente brincalhão Alessandro Del Mar) está cheia de ritmo logo na cena inicial, de cortar o fôlego a qualquer um. Este filme da Private Tropical (em Anamorphic widescreen, não faço a mínima ideia do que seja isto) conta ainda como estrelas com uma verdadeira selecção de belezas: Liliane Tiger (amiga de Sandokan), Melany, Monika Sweetheart, Jennifer Stone (também presente em Lisboa no segundo Salão Erótico, voando de Praga para rodar este filme), Jane Darling (uma checa que esteve o ano passado em Lisboa e este ano faltou), Sharka Blue (uma tentação a todos os níveis) e Veronica da Souza.

Pornografia de alto nível, meus amigos.
Havia necessidade, Cónego Remédios.
Isto é sexo puro e duro, Dra. Ruth. Como a gente gosta.


Oi, minha amiga Sharon...







O Carnaval nem era Carnaval sem comboiozinhos de foliões a cantar: “Oi, meu amigo Charlie, oi, meu amigo Charlie, Charlie Brown”.
Não é o caso.
Esta é a minha amiga Sharon. Brasileira doce como o mel, sorriso angelical, olhos mais cristalinos que um frasco de Aqua Velva, Ice Blue.
Conhecia-a há uns anos no “Passerelle”. Passou por mim a uns cinco metros. Cruzámos olhares. Dez minutos depois eu estava a fazer uma Private Dance com ela.
Mal a vi pensei que se tratava de uma stripper de leste. Lourinha, de olhos azuis, andar elegante, sofisticada.
Depois descobri que não e ficámos amigos.
É minha fã literária. Ofereci-lhe “O homem que casou com uma estrela porno e outros contos perversos”, “De boas erecções está o Inferno cheio” (ambos da Polvo), “Neura 2004” (Oficina do Livro) e “Fadas Láureas”, o belíssimo álbum de Luís Louro editado pela Prime Books, em trabalho conjunto de 29 argumentistas, entre os quais eu.
O “Fadas Láureas” levou o seu tempo a chegar-lhe às mãos (oito meses). Um dia, não tendo encontrado a Sharon no “Photus”, dirigi-me a outro clube de strip. Lá pelas 4 e muitos da madrugada embrenhei-me em discussão sobre Tchekov com uma stripper da Letónia.
--- Podias dar-me esse livro, tem belos desenhos.
--- Pois podia. Mas já prometi a uma amiga. Repara como está autografado.
--- Riscas o nome dela e pões o meu.
--- Gostavas que eu te fizesse isso?
--- Tens toda a razão. Já vi que és um homem sério. Porque é que não és casado?
Elas perguntam cada coisa. As húngaras, então, não lhes entra mesmo na cabeça que eu seja um quarentão solteiro.
O ano passado reencontrei a Sharon no primeiro Salão Erótico de Lisboa. Por acaso, eu ia com gel no cabelo, o que é mesmo raro. Dei-lhe um beijinho na bochecha e um dos totós dela, à colegial, ficou preso no gel.
Há sempre uma ponte afectiva entre um português moreno e uma brasileira loura.
A Sharon é tão bonita que até dói.
É tão doce que cura o dói-dói.

Entre a Dúnia e os canaviais






Não se pode dizer que eu me importasse muito de passar um dia de praia entre a Dúnia e os canaviais. Talvez José Cid ou Rui Reininho me possam dar algum conselho sobre o assunto.
O certo é que Dúnia Montengero incendiou o palco da IFG todos os dias. E se os homens estavam tímidos, Dúnia pedia uma mulher para subir ao palco. Esta espontânea foi uma espontânea demasiado desembaraçada para ser uma espontânea normal. É menina habituada às luzes da ribalta. Mas cumpriu a preceito e com simpatia a missão que lhe foi confiada.





Travestis chutados para canto




Os shows de Travesti decorreram quase sempre ao “fechar da loja”, já próximos da meia-noite e meia, no palco da IFG. Com muito pouca gente a assistir.
Deixá-lo!
Eles não se perturbaram e deram o seu melhor. E não foi pouco.
Revisitações dos tempos do Disco Sound puseram a abanar este vosso escriba e o director do Salão, Juli Simón.
Outro prato forte nos shows foi o burlesco, nomeadamente na abordagem a clássicos do Bel Canto.
E se Kiri Te Kanawa ou Juliana Mauger não estiveram presentes, as vozes que ecoaram pelo palco da IFG tiveram sempre o condão de nos cativar.
Por 20 euros, os visitantes tinham direito a ópera. Era só esperar pela meia-noite e meia.
Hora mais convidativa às últimas compras, às últimas cervejas, aos últimos passeios.





Olha o passarinho, ó Briosa!














Esta é a equipa feminina de Futsal da Académica para a época 2006/2007.
Da esquerda para a direita: Jennifer Stone (Praga), Tiffany Hopkins (França), Sónia Baby (Espanha), Dúnia Montenegro (Rio de Janeiro, radicada em Espanha), Anastasia Mayo (Espanha) e Zeta (Espanha).
BRIOOOOSA! BRIOOOOOSA! BRIOOOOOSA!














Agora a sério: é a equipa de artistas da IFG. Com alguma dificuldade em posar para a fotografia. O “mister” Max Cortes (de serviço à câmara) estava com problemas de coordenação com a adjunta e as atletas.
Parecia o Sporting de Peseiro, o Benfica de Artur Jorge, o FC Porto de Del Neri.


Onde está o Wally?













Este gajo de microfone na mão é meu amigo.
No outro dia tirei-lhe uma fotografia normal, à mesa do Galeto.
E ele:
--- Não metes isso em blog nenhum, ouviste?
Ouvi.
Por isso mesmo é que vais ficar sem cabeça a entrevistar a Bibian Norai.

EDITORIAL-II

Um Mentiroso dos Diabos
Ou o Diabo de um Mentiroso?



Quase tudo o que afirmei no Editorial "de arranque" se mantém. Por isso, quando disse que o blogue não seria actualizado, era uma verdade absolutamente diabólica, na altura.
Entretanto, meteu-se o jantar de permeio, os meus amigos começaram a ficar cansados de tanto post madrugada fora e disseram-me: “Para a semana postas o resto”.
Sendo assim, o blogue é actualizado, mas continua a ser atípico.
O facto de não responder a ninguém no blogue tem um motivo: se começo a entrar em pingue-pongue de palavras é uma desgraça. Nunca mais acaba a resposta e contra-resposta.
O que não quer dizer que não responda às pessoas. Mas faço-o através de outros blogues de amigos ou através dos endereços electrónicos das pessoas.
Resumindo: contem com actualizações do blogue, tendencialmente semanais. Para já, ainda há muita foto do Salão Erótico com vontade de meter os corninhos de fora. Muita história para contar. O Hades está cheio de infernais histórias. Quentes e boas.
Algo me impele à postagem: sabiam que um dia depois do blogue ser criado o número de page loads foi de 666? Isto tem de querer dizer qualquer coisa...
Estou satanicamente zonzo. Não sei que faça. Se siga para bingo se me fique pela linha. Sei que não quero viciar-me num blogue meu. Já bastam os dos outros.
Moderada e reverendamente, talvez.
À ganância, nunca.
Para já, podem aparecer. Vai havendo “gandas ordinarices” novas.
Porque isto de criar um blogue pode parecer que se faz enquanto o Diabo esfrega um olho. Mas não é bem assim. E até o Ciclope teve problemas com o olho.

Lisboa, 24/7/2006

quinta-feira, julho 20, 2006

Sayonara (por hoje)

















Nem sempre o "show must go on". Há um tempo em que todas as luzes se apagam. É hora de deixar o palco.
Fiquem as memórias da Arte, do Circo, da Vida.
E de uma Baby que it's a Sonia.
Sinto uma brisa suave a insinuar-se ternamente no meu ventrículo esquerdo. As carícias voam como loucas e uma águia, ao longe, prepara-se para me devorar com um olhar tremendamente satânico.
Saudade é uma palavra japonesa que emigrou para Alfama.

Inocêncio Pinga-Amor, 21/7/2006, 02h33m

Yellow fever



Por quatro vezes me deslumbrei com o talento de Sonia Baby, namorada de Bibian Norai que também gosta de homens. Situação assumida.
O seu número com "Singing in the rain" em fundo musical foi uma autêntica "yellow fever" que se abateu sobre o Salão Erótico.
A sombrinha a voltear, o oleado a cair, a lingerie a nascer para a imortalidade.
Depois, as garrafinhas de água do Caramulo a entrar no organismo treinado de Sonia Baby.
À traição, simpaticamente, Sonia Baby ia dando banho aos mais incautos, que se aproximavam do palco na expectativa de uma boa foto. Aqui o Graça conseguiu esquivar-se com apenas uns salpicos, mergulhando na altura certa.
Diz a lenda que ela dispara jactos a cinco metros. A três metros podemos confirmar.
"I'm singing in the rain, what a wonderful feeling, I'm happy again..."









O Viegas é um ganda bacano



O Viegas acabou o Salão Erótico todo feito num oito. O Viegas passou o Salão Erótico a pintar corpos e a espalhar a alegria.
O Viegas é amigo do meu amigo Aristides Teixeira.
"Executamos em modelos ou no público pinturas corporais, figurativas ou temáticas. As pinturas poderão ser seleccionadas do nosso catálogo ou específicas para o evento. Deste modo pode exibir de uma forma original o logo e/ou as cores da sua empresa ou organização.
Ideal na apresentação de produtos, festas temáticas, bares, discotecas, feiras e exposições".

ANIMAGIA: animagia@clix.pt

Porra! Perdi hora e meia do Kenny Barron.



Tinha a cabeça tão cheia de Tiffany Hopkins que nem reparei na hora do concerto do Kenny Barron em Cascais. Era 19 horas, Luís, 19 horas!
Sim, Luís, tu sabes que os concertos são sempre de noite, mas não custava nada ter espreitado a hora no bilhete.
Resumindo: quando eu estava no comboio e fui ver a hora do concerto (a dúvida era entre 21 ou 21 e 30) os tomatitos calientes quase me fugiam da cueca.
Saí da estação em grande sprint e ainda apanhei meia-hora maravilhosa.
Vinguei-me com um belo jantar e com a compra de um bom livro sobre Fórmula Um, a preços módicos, na Feira do Livro. E depois vim de comboio para Lisboa.
Um dia normal: Salão Erótico, comboio para Cascais, hora e meia de atraso em bilhete comprado com uma semana de antecedência.
A minha vida dava um microfilme.

Katy, uma russa morena que deu em loura



Esta russa, que no ano passado era morena, deu em loura. Vêmo-la aqui em grande forma, segundos depois de ter terminado o seu strip.
Está prestes a presentear o público com t-shirts impregnadas do seu suor.
Haja Deus!

Olá, Princesa!



O senhor com o lagarto ao peito (tipo broche) é stripper e tem um ganda 'cabedal'. Nasceu em Manaus. O meu pai também nasceu em Manaus. Tinha uma jibóia no sótão para comer ratos. O lagartão é uma lagartona de quase quatro quilos e chama-se Princesa. Depois eu pus-me de lado e queria apanhar a foto com a focinheira do animal.
--- Posso tirar a foto? Ela não se assusta com o flash? Não o vai morder?
--- Não. Pode tirar.
Eu queria tirar, mas a máquina empanou. E eu logo em parafuso. Teve de ser o Marco (com a calma e o estilo que o caracterizam) a acalmar-me. Trinta minutos depois descobri que era um problema de falta de pilha. Sou mesmo atrasado mental no que diz respeito a máquinas. E não só...
As senhoras também gostaram da máquina do feliz proprietário da lagartona, nada sensível ao imenso ruído dentro do pavilhão 1 da FIL.
Cá fora os escuteiros vendiam canetas a 1 euro.
Comprei uma, mas estranhei os equipamentos azuis. Até já os escuteiros têm equipamento alternativo...

O prometido é devido



Hi, Vladimira! Greetings from Portugal!

A menina é da Eslováquia, chama-se Vladimira, é stripper e vive em Londres. No final da tarde já estava bastante cansada quando eu entrei no stand da Exotic Angels. Escreveu-me o nome dela e o país no meu bloco de apontamentos.
Com a cabeça à nora devido às poucas horas de sono dormidas, esqueci-me do facto. E no último dia do Salão andei-lhe a fazer as mesmas perguntas do primeiro dia. Deve ter pensado que eu sou maluco.
Prometi que lhe mandava o endereço electrónico do blogue, se a ideia avançasse.
Tudo isto segredado em altos berros, porque os decibéis imperavam.
Aqui estou a cumprir com a minha palavra.
E a desejar as maiores felicidades do mundo à Vladimira.
"Em Londres só estive uma vez, Vladimira. Fui cobrir a corrida em que o Pedro Lamy se sagrou campeão de Fórmula Opel, em Donington. Aterrei em Londres, embarquei num dos três Opel Astra postos à disposição dos jornalistas e ala para Nothingham".
A Vladimira ouviu a história com atenção.

A JÓIA E O COVEIRO

Passam três minutos das 18 horas do dia 15 de Julho do ano de 2006.
Palco número 1.
“Ela é fantástica. Aplausos para Ti Fáni Hópequins, que veio da França. Ela é fantástica”.
Disse o Miguel, o “speaker” português que divide o palco 1 com o incontornável “speaker” espanhol, o actor Roberto Chivas, que fez 29 anos no dia da festa de apresentação do Salão. Com direito a bolo de aniversário e tudo.
Entra em palco Tiffany Hopkins, nome de jóia, voz de veludo, coração de ternura. Francesinha “mignone”, com aspecto de tudo menos de estrela porno. Uma menina a caminho do quarto de século, com o encanto de uns seios “perky” (como diriam os ingleses), pequeninos, perfeitos e arrebitados.
Vem de vestido preto, elegante no seu metro e 60 e picos (ou muito perto disso). Tão elegante como quando a conheci no Jardim do Tabaco, na festa de inauguração. Ficámos a falar junto ao Tejo, com o rio de ouvido arrebitado, atento às malandrices.


O rosto é granítico, vem a fumar, com cara de má, sem um sorriso. Eu, na primeira fila entre o público, máquina fotográfica em riste, sorrio para dentro. Sim, eu sei que é a fingir. Tiffany é uma jóia de moça, um doce.
“Eu sou muito tímida. A sério”, diz ela, por entre dois goles na “flute” com tinto de Porca de Murça.
Os olhos são assim para o azul-esverdeado ou o esverdeado-azul.
“És muito atento”. Sou.

Adiante. São 18 horas e cinco minutos. Tiffany dá o cigarro que trazia na mão, para compor a pose de menina má. Mas descai-se e sorri quando abdica do cigarro.
Vai-se despindo. Desafia o público com o olhar. Tiro ou não tiro?
Tira o top. Chama alguém da audiência. Sorri.


Sobe ao palco Daniel Braz, coveiro de profissão, nascido em França, morador na Póvoa de Santo Adrião. Daniel não desce à cova dos leões. Daniel sobe ao palco da leoa.
Uma leoa meiga, ternurenta, que o despe todo. Todo? Não. Uns boxers resistem ainda e sempre às mãos invasoras de Tiffany, não obstante a publicidade enganosa do simpático “speaker” Miguel.


“Ele vai ficar todo nu”.
A interacção entre Daniel e Tiffany é muito boa. Daniel acaricia suavemente as pernas de Tiffany mas não tenta manobras mais arrojadas, como “ferrar na passarinha” de uma estrela porno, coisa que aconteceu noutro palco, no dia anterior, nas palavras de um amigo portuense.
Tiffany cheia de água, toda nua. Daniel cheio de água. Daniel de boxers molhados. Os corpos ritmicamente encaixados. Com respeito, com devoção, com ternura, com humor. Assim até dá gosto.
Ao segundo sinal serão 18 horas, 14 minutos e zero segundos.
Pi, pi.



Tiffany termina a sua actuação. Levantam-se. Abraçam-se. Sorriem. Agradecem ao público. Tiffany oferece uma toalha para Daniel se secar.

Seca-se. Atira T-shirts ao público. Retira-se como entrou. Elegantemente. Como a grande estrela que é. Como a “petite copine” francesa que deveria ter povoado a minha adolescência nos Campos Elíseos.
Daniel desce à terra. Felicito-o. Pergunto-lhe se a publicação das fotos nos jornais não lhe vai trazer problemas.


“Nada. Foi espectacular. Ela é francesa. Eu nasci em França, nos Vosges. Foi espectacular. Só me dá muita pena não ficar com uma foto de recordação. Agora já acabou tudo”.
Encontro um camarada jornalista. Trocam de número dos telemóveis.
Parece que se vai conseguir qualquer coisa para o Daniel.
Ainda bem.

É tão belo o poente no Tejo, quando uma jóia e um coveiro decidem namorar, nem que seja por dez minutos.

SONIA BABY, O MAIOR ESPECTÁCULO DO MUNDO


Foram 10 minutos de grande intensidade intelectual.
Eram 22h10m.
A lindíssima espanhola Sonia Baby (acrobata vaginal, título inteiramente merecido) entra em cena, vestidinha à oriental. Cabelo louro apanhado com pauzinhos para comer arroz. Kimono vermelho rubro.
Meia-dúzia de movimentos e vamos ao que interessa, que se faz tarde.
A turba enlouquecida. Este vosso escriba, acompanhado de um amigo, de máquina em punho, a fazer fotos para o número um da “BD Voyeur”, a sair um dia destes. Na primeira fila.
O recorde a bater estava em 15 metros de corrente para retirar da delicada passarinha da “nuestra hermanita”. Bem, afinal a corrente, contrariamente ao que nos tinham feito pensar, não era daquelas de pendurar contentores, nas docas. Era uma corrente de pequenas pérolas, supostamente com 20 metros. O Bubka tentava o recorde centímetro a centímetro. A Sonia é logo aos cinco metros, para não parecer mal.


Sonia Baby senta-se, coloca-se de frente para o público, faz uns ares marotos, destapa um pouco a tanguinha e as pérolas de cultura vaginal intra-uterina começam a sair.
Pedem-se quatro voluntários para subir ao palco.
Depois...depois, bem, é difícil descrever, mesmo para um sobredotado como eu.
A menina ia retirando o fiozinho de pérolas, deslocava-se para a direita e punha uma extremidade na boca de um dos quatro simpáticos elementos do respeitável público. E depois mudava de extremo, tipo Chalana, a trocar os olhos ao adversário.

Como devem imaginar, o fiozinho de pérolas ia-lhe saindo da “pajarita”, atravessava a atmosfera a uma altura de metro e 80 (mais ou menos), depois voltava para trás, assim a modos como que numa teia daquelas que os miúdos fazem com as duas mãos e um cordel.


Podem também imaginar os Santos Populares, com os balõezinhos pendurados no estendal de enfeites. Ou aquelas cordas que vão de mastro para mastro nos barcos de recreio, cheias de bandeirinhas.

Cinco minutos depois de uma belíssima coreografia, as pérolas estavam a sair-lhe da “sweet pussy”, andavam já na boca de toda a gente (dos quatro voluntários em termos físicos e da assistência em termos de comentários) e desenhavam um belíssimo quadro, como numa teia de Penélope.



O “grande finale” foi só este: acabadas as pérolas, saíram as bandeirinhas todas dos países participantes no Mundial.
Dez minutos de sonho.

Foi no dia 14 de Julho de 2006.
Eu estive lá.
Foi no segundo Salão Erótico de Lisboa,no palco IFG, à direita de quem entra, à esquerda de quem sai.
No dia 14 de Julho de 1789 aconteceram outras coisas.
De qualquer forma, eu perdi a cabeça.


Um blog atípico

Este blog não é aconselhável a menores de 18 anos.
Decididamente, os seus conteúdos são para adultos, embora o autor tenha alma de criança.
Por isso, se é uma pessoa sensível, puritana, facilmente chocável com imagens e textos sobre sexo, arrepie caminho.
Depois não diga que não avisei.
Não tenho paciência para criar um blog. Sou um atrasado mental informático.
Este blog existe apenas para aproveitar as inúmeras fotos que fiz durante o II Salão Erótico de Lisboa.
Se o Jorge Machado-Dias não me tivesse pedido um artigo para o número 1 da "BD Voyeur", nunca teria feito tantas fotos. Sem fotos não havia blog.
Sendo assim, fiquem desde já sabendo que este blog não será actualizado. Ponham os comentários que quiserem. Eu não me vou preocupar em responder. Agradeço os elogios e sou forçado a aceitar os insultos. São as regras da liberdade de expressão.
Se resolverem insultar, usem a vossa criatividade. Desprezem o banal.
Elevem-se.
Acima de tudo, divirtam-se. Se eu e os meus amigos nos demos ao trabalho de criar o blog foi com o espírito de oferecer algo.
E colocar um ponto final na cobertura que fiz este ano do II Salão Erótico de Lisboa.

Portem-se bem!
Se quiserem...
Luís Graça