Ganda Ordinarice

Desabafo bem intencionado e imagético sobre o Salão Erótico de Lisboa.

quarta-feira, junho 27, 2007

A GLORIOSA AVENTURA DO CAMISOLA AMARELA



A cena passou-se no último dia do Festival, domingo. O protagonista principal chama-se António e é um homem com um ar extremamente sossegado.



Sempre atento aos espectáculos da Sonia Baby (sou totalista, vi os oito), rondei o palco IFG qual tubarão, durante os quatro dias do SIEL. Tal como D.Nuno Álvares Pereira, a IFG usava a táctica do quadrado, mas desta vez em benefício de “nuestros hermanos”.



Dentro do quadrado rodeado de fitas vermelhas só entravam os convidados, os protagonistas e a Comunicação Social. Altaneiro, como torre de menagem, o palco vermelho, com os cinco ou seis degraus que levavam à fama. O trono sexual por excelência.


Lá para o meio da tarde, vejo muito bem sentado à frente de uma das mesas um senhor com um aspecto pouco vulgar. Um olhar distante, como se não esperasse nada. O meu olhar também já era mais mortiço que outra coisa, depois de uma “directa” a escrever para este blogue. Um vosso criado!


Por acaso, estou a escrever outra vez com uma “directa”. Por motivos de apoio familiar que me obrigaram a levantar de manhã. A situação é tão estranha para mim que andei a dar “Boa tarde” aos vizinhos às dez da manhã.

Adiante. Que o António se fartou de esperar e já é tempo de entrar em cena.


Mas quem é o António? Um ser humano como tantos outros, com o sonho de subir ao palco do Salão Erótico. Para cumprir esse sonho, esperou o tempo que foi preciso.


E lá entrou em cena com a Dúnia Montenegro, o vulcão carioca de sorriso deslumbrante e que se entrega às cenas de sexo com uma generosidade impressionante.

E se o Barcelona não conseguiu meter o golo do campeonato espanhol, a camisola amarela do equipamento secundário dos catalães que António vestia poderá ter absorvido esse estigma.

António por trás de Dúnia. Momento alto do show.


Quando Dúnia se pôs de gatas (de quatro, como se diz no Brasil) e convidou António a penetrá-la com o dildo de cintura (o strap-on), o bom do António não percebeu as instruções do Mister e em vez de penetrar pela zona central do terreno de jogo resolveu dar uma de jockey e sentou-se em cima da Dúnia Montenegro, com um ar muito normal. O “speaker” Roberto Chivas não resistiu e atirou-se para o chão a rir. À minha frente, Dúnia também não resistia, esforçando-se por prosseguir o espectáculo.

António recoloca a sua fita de karateca na cabeça.

A piada toda era essa. António mantinha o facies imperturbável, qual Buster Keaton em “Pamplinas Maquinista”. E as dificuldades técnicas lá iam dificultando um bocadito a coreografia sexual. Dúnia de costas no solo, pernas no ar, “’bora lá, António, mete”. E o António, cheio de boa vontade, lá se esforçava. Mas havia sempre qualquer coisa que entravava o processo do normal relacionamento bilateral entre as duas nações.

Tempo de vestir o calção preto da Nike.

O espectáculo cumpriu-se. O povo aplaudiu António. Porque um camisola amarela, com uma fita à Karate Kid, sandálias à alemão radicado num monte alentejano, merece todo o apoio do povo, mesmo que um dia mau o tenha feito descolar do pelotão. António foi, é e será sempre o camisola amarela. Cumpriu o seu sonho. Teve os seus 15 minutos de glória.

Salvé, António! Saravá!





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Contos do Dick Hard - I

DICK HARD NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Um frio de rachar. O céu azul.
Um copo de Super Bock Stout.
Podia estar-se pior. Mas o tédio invadia de comichões existenciais o detective mais ordinário a oeste de Paços. No guardanapo de papel, Dick acabava de escrever mais um dos seus poemas: “Se vou às putas/nunca me venho/não se deve gozar/com quem trabalha”.
Dobrou A BOLA sem saber porquê (deixou o exemplar em cima da mesa do snack-bar) e pôs-se a passear sem rumo e a dizer piropos fora de moda às miúdas que saíam da escola secundária com o cio juvenil a tiracolo:
--- Não sabia que as flores andavam.
--- Vai prò caralho que te carregue, ó velhadas!
Primeiro, Dick estranhou um insulto tão hard da parte da miúda. Já não se podia ser galante. Depois pensou que a juventude não estava tão mal como isso. A miúda tinha revelado um trocadilho inteligente, misturando a frase “Vai para o Diabo que te carregue” com “Vai prò caralho”. A nível subsconciente talvez Dick tenha pensado: “Ó Diabo, estão a mandar-me prò caralho”.
Por norma, quando o mandavam para o caralho, Dick não ia. A menos que fosse muito bem pago, que houvesse bom uísque e o caminho fosse de primeira e não tivesse muitas portagens.
Fosse como fosse, estava na hora de ir tomar um copo às Docas. Meteu os pés a caminho e desceu do Largo do Rato. À porta da Assembleia da República deparou-se como uma manifestação de lésbicas.
--- Ó amiga, desculpe lá a pergunta. Esta manif é contra quê?
--- Contra o custo de vida.
--- Isto realmente está pela hora da morte.
--- Pois é, já não se pode comprar um strap-on sem andar na esquina a render.
--- Um quê? Um pónei?
--- Cavalo é você! Um strap-on, um dildo de cintura, um caralho para te meter na peida, já estás a perceber agora, ó panasca?
Porra que a tarde não estava a correr bem. Cada vez que falava com uma miúda era insultado. Estava ele nestes preparos mentais quando a manifestação avançou de forma inexorável e entrou para as galerias da Assembleia da República, onde ia ser debatida uma moção de censura do Bloco de Esquerda, contra o aumento do preço dos strap-on. O PP estava decidido a contra-atacar com uma proposta de subsídio ao lubrificante KY. Por seu lado, o PS tinha José Sócrates pronto para reivindicar a substituição do Y de KY por um I, na defesa da língua portuguesa. Dizia-se à boca pequena que Edite Estrela estava na base da conjura.Claro que o PSD não se podia ficar. Corria nos bastidores que Pedro Santana Lopes entrara já em acção, planeando uma orgia de desagravo.
Pelas 17 horas, serviram chá e bolinhos nas galerias, uma iniciativa da nova maioria. Dick Hard ficou muito bem impressionado, mas a maior parte das lésbicas recusou:
--- Camaradas, recusem os bolinhos. Não se deixem comprar.
--- Ó biscoito, acalme-se lá. Uns bolinhos caem sempre bem...
Ainda Dick não tinha acabado de proferir estas palavras e já estava a levar com um tabuleiro na tromba.
--- Vê lá se este tabuleiro te cai bem...
Passados 20 minutos, a ordem voltou ao parlamento. Cerca de 30 manifestantes detidas, os feridos mais graves a caminho do hospital, Dick Hard a caminho do posto de primeiros socorros a náufragos da Assembleia da República.
O posto de primeiros socorros a náufragos da Assembleia da República era numa sala amplamente adjacente aos Passos Perdidos, quase ao lado da secção de Fodidos e Manchados.
Dick, com um nariz à Belenenses, a escorrer o muco azul que lhe vinha da aristocracia materna (a Marquesa de Massage-Massoterapie), entrou pé ante pé, com o lenço bem colado à penca.
--- Entre, faz favor. O senhor é mais uma vítima das fufas, não é?
Dick olhou em volta e só não se beliscou porque tinha uma mão a agarrar o lenço e a outra no bolso, tentando acalmar os ânimos do Dick mais pequenino, em plena fase de crescimento espontâneo, como se tivesse acabado de tomar um batido de Fercol ou um cocktail de Viagra.
A enfermeira era um ser humano de amplo recorte espiritual. Uma boazona de alma. Talvez ajudasse ter as medidas de Bo Derek, um decote à maneira e vestígios mal disfarçados de “Malizia” (La Perla), que nisto de lingerie Dick Hard raramente tinha dívidas e (quase)nunca se masturbava, como diria o professor Cathedral.
--- Umas vacas malhadas, é o que elas são. Estou fartinha de manifestações. Estou por aqui de manifestações. Ora deixe lá ver o narizinho...
Dick estava sentado na marquesa (que não a senhora sua mãe, que Zeus a tenha em ripanço) e nem teve tempo de se opor ao avanço irresistível dos dois seios.
(Será que havia silicone por ali?)
A enfermeira Dália disse a Dick, com uma voz muito meiga:
--- Coitadinho do meu amiguinho, que tem o narizinho partidinho...
Com mil desvelos embrulhados em carícias, Dick foi alvo de meigas atenções pela menina Dália dos sapatos de tacão-agulha e um coisinho com o nome dela a roçar-se no peito direito: “Dália Florinda, enfermeira-chefe”.
Penso nasal acomodado ao septo narizento do senhor Hard, a menina Dália, muito terna, pediu a Dick que descontraísse.
--- Vou dar-lhe uma anestesiazinha a cheirar, está bem, amiguinho?
Antes que Dick pudesse dizer alguma coisa, Dália Florinda embebeu-lhe profundamente o focinho com uma mão-cheia de clorofórmio de última geração, modelo com jantes especiais.
Depois, virou Dick de barriga para baixo, prendeu-lhe solidamente as mãos com correias e despiu-lhe as calças:
--- Venham, minhas amigas, vamos experimentar os novos strap-on no rabinho deste idiota...
Dick Hard acordou umas horas depois, com o rabo a doer-lhe intensamente e Paulo Portas a sorrir-lhe:
--- Quero que saiba que tem a minha máxima solidariedade. Disponha.
No outro dia, o caso era manchete no “24 Horas”, “Tal e Qual” e “Correio da Manhã” : “Cidadão violado na Assembleia”, “Provocador castigado por enfermeira”, “Confrontos na Assembleia acabam anal”.








Luís Graça



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segunda-feira, junho 25, 2007

UM CACHECOL DE PELE DE RÉPTIL


A Romina andou a passear no último dia do Salão com uma jibóia ao pescoço. E a boa constrictor (referimo-nos à jibóia, ou pitão, ou como quiserem descrever) lá ia metendo a linguita de fora, tentando perceber porque é que os portugueses gostam de mexer. Às duas por três lá se cruzou com a Cicciolina e o encontro imediato de primeira escama foi um êxito para o público e para os fotógrafos. E eu com o meu amigo Botelho, em 1992, em Marraquexe, todos bem instalados na varanda do café da praça principal da cidade das quatro cores:
--- Ó Botelho, ver as cobras daqui de cima é mais agradável, não é?




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LAMBE LÁ, Ó SONIA!

a jibóia da Romina não lambeste tu...



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O DOMINIUM DOS DEUSES


Podem não gostar de pornografia e da revista “Dominium” (a revista dos estilos de vida alternativos, como diz no cabeçalho do número um, chegado ainda bem fresquinho ao SIEL), mas de Astérix percebem vocês, seus malandros...

Deixem-me explicitar o trocadilho do título do post: é uma mistura do título do álbum “O domínio dos deuses” com o título da revista. Já sei que muita gente percebeu logo, mas não custa nada dar uma ajudinha a quem não tem as mesmas referências de BD.



Isabel Freire (à esquerda), na sessão de autógrafos do seu livro. Lurdes, de pé, em grande actividade, em prol do stand e sempre com um sorriso de simpatia, apesar do stress inerente a estas coisas do Salão Erótico.




A Dominium tinha uma mesa bem recheada de livros, de todo o tipo de autores. Os visitantes interessavam-se. A caminho do Club Bizarre (ou à saída dele) foram muitas as pessoas que se detiveram a descobrir escritores ou a folhear os que já conheciam.


Eu tenho duas páginas na revista (32 e 33), preenchidas com um post do meu blogue www.sexonanoite.blogspot.com. O blogue é a reprodução integral, semanalmente, do livro “Diário Sexual de um escritor frustrado”. A minha vida, sem tirar nem pôr, entre 1 de Outubro de 2004 e 31 de Dezembro de 2004. E o que foi publicado na revista é um post com o título “A canzana de Amesterdão”.


Ainda não tive tempo de ler tudo, mas dá para perceber que a revista de Miguel Lima (director e editor) e Maria de Lurdes Correia (redactora) é um objecto perfeitamente estimável. Revela um design apurado, boa impressão, bom papel, bom gosto. Foca os estilos de vida alternativos das mais variadas áreas e está aberta ao sentido de humor de um deparvado como eu. Quando escrevi deparvado foi de propósito. Um deparvado é um depravado que além de ser depravado é também muito parvo.

A revista custa 7 euros e nos destaques de primeira página foca Joe Oliveira (pin ups with a twist), Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa (entrevista com João Ferreira, o director) e o III SIEL.


A capa é realmente muito boa.

Não escrevo sobre a revista por incluir um conto meu. Escrevo porque acho que devo apoiar uma publicação a que reconheço qualidade e por um dever de boa educação. A DOMINIUM tratou-me de forma fidalga no seu stand, por isso o mínimo que podia fazer era retribuir com a divulgação da revista e desejar-lhe as maiores venturas e aventuras.






Querem saber mais? Vão a www.dominiumonline.com. Os contactos com a Redacção podem ser feitos redaccao@dominiumonline.com e 351 914 912 529 e 351 239 992 646 (telefones e fax).

O editorial do número um revela algum desencanto e revolta com a falta de solidariedade de algumas pessoas que deviam ser as primeiras a apoiar uma revista deste estilo, mas também declara guerra à desistência e promete continuar.

Força nisso! Este projecto tem qualidade editorial ao nível dos conteúdos, como agora se diz. A “Periférica” (revista alternativa de cultura) começou com o mesmo estado de espírito e os mesmos problemas. E constituiu um marco. Já faleceu, mas enquanto existiu “deu água pela barba”. Citando João César Monteiro num dos seus filmes: “Vai e dá-lhes trabalho”!


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SAUDADINHAS DA SONIA, BABY?


Estava com saudadinhas da Sonia, baby? Ponto, não chora. O menino dá fotozinhas da Sonia à minha ursinha kida, tá bem?
O namoradinho góta muito da sua kidinha, não góta?
Góta, góta. Góta mêmo munto, munto, munto, assim...munto gande, munto gande...




(Todas as cartas de amor são ridículas)





Dick Hard --- Podias ter um texto melhor para isto.






Luís Graça --- Já estou todo estoirado e não me lembro que fotos são estas. Mas o pessoal também só quer ver os bonecos. A começar por um gajo que eu cá sei. O nome dele começa por A, depois tem um L, a seguir é um V, depois é mais um A, ainda dá tempo para ter um R e acaba com um O.





Mas não posso dizer quem é.



(E não disse. Falta o acento no primeiro A, não falta?)


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UM FILHO NOS BRAÇOS



Este é o braço esquerdo da nossa amiga da loja “Tatoo Sun”, presença habitual no Salão. Este ano não veio o nosso amigo Tiago, companheiro das lides de BD.
E o menino que está no braço dela é o filho. Um espectáculo de tatuagem. Horas que demorou a fazer? Umas quinze.
A “Tatoo Sun” tem sempre trabalho no Salão e as coisas correm bem. E olhem que há malta de todas as idades a fazer tatuagens.
Uma vez eu levei um tatu para fazer uma tatuagem, mas não deu. Os tatus quando não querem uma coisa, agem.
São animais duros.


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Cibernautas

domingo, junho 24, 2007

AS MULHERES FATAIS TÊM LÁBIOS QUE NÃO FAZEM REFÉNS

De joelhos no soalho
Onde um escaravelho
Se passeava
Ao sabor da indolência

A mulher abocanhava
Com uma competência doce
E feita de meiguices
O falo hirto do senhor João

Cabeça vem, cabeça vai
Num carrossel de lábios
Língua, gemidos, prazeres
E duas gotas de suor

Quando o senhor João explodiu
Em jactos de malte e açúcares
Bem nas goelas da mulher
Surpresa e estupendamente indefesa

A sua cabeça bateu com estrondo
Na parede onde estava o quadro do menino a chorar
E a sua nuca estoirou como um ovo podre
E o sangue pingou sobre o escaravelho que ia a passar

Há broches assim

Mas são raros


Dick Hard




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UMA QUESTÃO EDUCATIVA

Tive uma educação católica
e uma escola primária
recheada de problemas
com torneiras e comboios

Podia ter dado em paneleiro
padre ou piloto da TAP
tocou-me na rifa ser poeta
e gostar de banda desenhada

Entre levar na bilha
ou descer as Cataratas do Niagara
num barril de Porto Calém
prefiro umas férias no Gerês

E se jogo a manilha a seguir ao ás
Ninguém me pára
numa taberna de Santiago do Cacém
onde fodo o ordenado todo do mês

Dick Hard



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FABRICANTES DE CRIANÇAS

Tenho dois fabricantes de crianças
por baixo do caralho
que se saiba não sou pai de nenhuma
só por lhes dar c’o malho

Fodo as gajas todas, numa de boa fé
no Intendente, no Restelo, nas Avenidas Novas
e nunca soube de cenas de desovas
nem de putas a baptizar os meus filhos na Sé

Por isso fodo, por isso vivo, só p’ra foder
para não deixar os meus fabricantes de crianças
ganhar cabelos brancos e entristecer

Dick Hard



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NOITE DE CHUVA

Era uma noite de chuva
e nas noites de chuva
tudo se perdoa

Talvez tenha sido do whisky
ou da azia
por causa dos pimentos

Foi por distracção
nunca
por maldade

Perdoa-me, amor
se te enrabei na alma
sem vaselina

Dick Hard


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BOLAS PRÒ SARDÃO!


Este chaval hispânico é mais baixo que eu, mas tem um sardão que senhores ouvintes ó faxavor!
Podem vê-lo aqui em belíssima actuação no palco IFG.


E depois com a Chloe de Laure às costas, para que ela pudesse ver melhor um espectáculo.
Parecia um concerto rock!

Dizia alguém: “Parece a tromba de um elefante”.

Bem, não é preciso exagerar. Eu andei em cima de um elefante. Mas o elefante apaixonou-se por uma hipopótama e não deu em nada.
Armei-me em urso e apalpei o cu a uma girafa. Mas tive mais olhos que barriga. Devia ter pedido só uma caneca, uma imperial ou um príncipe.

(No norte é um príncipe. E ainda há a lambreta)




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OLHA QUE TRÊS!


O Trio “Admirem-nos”. Luís Graça, João Alves da Costa e Gimba.
Podia dizer muita coisa, mas o melhor é nem dizer nada. O passado dos artistas fala por si.

(Há esperança de redenção? Onde é que é o guichet das indulgências?)



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VIVA O BENELUX!


Este é o stand da Insinuate Benelux. Cá estou eu com o meu amigo belga que foi um dos recordistas de venda de vibradores no primeiro Salão. O ano passado faltou. Este ano cá está ele. Com a nova vedeta: Bullet Vibe Water Proof. Havia uma tininha com água, para a malta ver aquilo a estrebuchar. Fiquei com aquilo na palma da minha mão, tipo tico-tico no fungagá da bicharada.




Ele também tinha uma chibatinha com vibração que é um miminho. E eu: “Olha, nunca tinha visto nada disto. Há quanto tempo é que existe?”

“Para aí há um ano”.

Somos mesmo atrasados, porra. Peço desculpa pela minha ignorância aos leitores.



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SONIA BABY, DE CORTAR À LÂMINA






A Sonia é uma querida. Tanto é a “mulher de vermelho” (que não a Kelly Le Brock que foi casada com o Steven Seagal da porrada) que dá autógrafos aos fãs, como uma dama de negro que tira lâminas de dentro...de dentro...de dentro...bem, preciso de dizer algo mais?..



Dick Hard --- De dentro da cona, ó palhaço, deixa-te de pruridos. Pensas que tens um blogue decente, ó idiota?


Luís Graça --- Cala-te, cornudo. Estou a dar o litro. Ainda não dormi e são 7 e 52 da manhã. Já vou na quarta Coca-Cola e só me aguento porque estou a ouvir o Count Basie quase no máximo, com uma Big Band.


Dick Hard --- Não me digas que é “Count Basie and the Kansas City 7”?

Luís Graça--- Conheces?



Dick Hard --- Ó pá, no Inferno a malta ouve imenso Count Basie…mas olha que 7 não é propriamente Big Band...


Luís Graça --- Não é o tanas! Uma banda com Count Basie, Thad Jones, Frank Wess, Frank Foster, Eric Dixon, Eddie Jones e Sonny Payne é sempre uma ganda banda! Por acaso estive numa festa da “Dominium” em que se ouvia David Bowie...




Dick Hard --- Gostaste?


Luís Graça --- Da festa ou do Bowie?


Dick Hard --- Das duas coisas.



Luís Graça --- Olha, a rapaziada da S&M serve bem os vodkas, bebi dois Stoli que nem ginjas.


Dick Hard --- Mas tu bebes Stoli com ginjas?




Luís Graça --- Não estás a perceber.


Dick Hard --- Bateste em alguém ou levaste nos cornos?


Luís Graça --- Não, aquele pessoal estava numa de ternura. Levei uma bengala de pau preto e acabei por vir para a rua sem bater em ninguém. O motorista do táxi que levou o Álvaro a casa é que ficou um bocado desconfiado por ver um gajo com um pau na mão a bater-lhe no vidro, às 4 e tal da matina, na Praça do Saldanha.




Dick Hard --- Porque é que não levaste o teu bastão de beisebol com o cromo do Wayne Gretezsky?

(N.A. --- O WAYNE GRETZSKY FOI O MAIOR JOGADOR DE HÓQUEI NO GELO DE TODOS OS TEMPOS, SEUS IGNORANTES)




Sonia Baby --- Desculpem. Eu não queria incomodar. Mas estou a tirar lâminas da cona e a música do Count Basie está a desconcentrar-me...afinal, este post é sobre mim ou não?



Luís Graça --- Ela é que é a Sonia Baby?

Dick Hard --- É.

Luís Graça --- Bem, é muito gira. Gramava sair de dentro dela a declamar uns poemas do “Erecções”...

Sonia Baby --- É questão de nós combinarmos. Que champô é que usas?

Luís Graça --- Secpel, Curbicia, Of a Man...

Sonia Baby --- Isso faz-me um bocado de mal à vulva...

Luís Graça --- Então e as lâminas, fazem bem?

Sonia Baby --- Eu sou uma profissional. Não estejas sempre no corte.

Luís Graça --- Não estou nada no corte. Até estava arrepiado a ver as lâminas a sair. E até topei que tinhas o collant da perna esquerda rasgado. Não sei se era das lâminas. Tiraste para aí umas 15. Mas depois, quando mandaste a água do Luso para a assistência, eu mergulhei e safei-me ao banho.

Sonia Baby --- Mas ontem salpiquei-te, que eu sei...

Luís Graça --- Eu deixei. Foi uma espécie de baptismo de fogo.

Sonia Baby --- Pois foi. Mas pena foi eu não ter conseguido acender o rastilho da bombinha de Carnaval...

Luís Graça --- Eu até pensei que era fita, para manter o suspense...

Alfred Hitchcock --- Chamaram?

Dick Hard --- Não. Vai para a casota, que isto é um blogue sério. Vai preparar-me uns passaritos assados e traz-me uma imperial.

Luigi Grazianni --- Mas este post não acaba? Nem descreve o espectáculo da Sonia Baby como deve ser?

Luís Graça --- Ó pá, aquilo é indescritível...

(Foi na tarde de 23 de Junho de 2006. Sonia Baby tirou umas duas dezenas de lâminas de barbear de dentro dela. É d’homem)

Um anjo negro de cabeleira preta à Valentina, de Guido Crepax. Música: “I want to break free”, dos Queen, para começar. Soutien preto e prata. Purpurina nos seios. Tatuagem elaborada na perna esquerda, multicolorida. “You get to the world” (lá, lá, lárilá, cantarola em playback, que lábios, meu Deus…).
No zona dos fotógrafos, Dúnia Montengero sorri-me e bebe uma caipirinha ou caipirosca. Bem, era vermelho, a condizer com o vestido.
A música passa a rock pesado. Sonia abana os seios a ritmo. Fabuloso. E depois, lâmina a lâmina, mostra a razão de ser uma magnífica acrobata vaginal.
Riffs de guitarra. A tira de lâminas volteia por cima dela. Uma fica presa nas asas do anjo negro. Desenvencilha-se. Vem uma pequena vela para as suas mãos. Max Cortes (de serviço ao vídeo, como no ano passado), tenta acender a vela. Problemas. Depois a vela acende-se, mas a bombinha dentro da queridíssima ratinha de Sonia faz “greve de rastilho”.







Fogo, pá, lá se foi o “grande finale”!
Não há fogo, há agua. E toma lá com três jactos bem medidos de quase um litro, disparados à distância de uns 5 metros. Sonia pede palmas, pede contagem descrescente.



1,2,3...água vai!
De frente e à meia-volta.

Na primeira fila, várias personagens de “Fado, Futebol e Farpas, uma aventura psicadélica”, seguiram o espectáculo com todo o interesse.

Josué Morteirinho --- Vou dizer ao Abraão Nowitsky que a quero a jogar no Chelas City.

Felisberto Clorofenil --- É uma belíssima artista. Trabalha muito bem. Lembro-me de a ver a fazer de “Gabriela”, do Jorge Amado, a contracenar com o Armando Bógus, o Sô Nacib.

José Pesqueiro --- Isso era a Sónia Braga. Não era a Sonia Baby.

Felisberto Clorofenil --- Ó Pesqueiro, seja mais discreto, por favor. Trate-me só por baby na intimidade, está bem?

Ruiz Scolari --- Eu não kero sabê disso prà nada. Istou mais priocupado com a minina Romina, ki teve fotozinha de capa no “CM” e istá preocupada com a filha, ki podi discobri.


Felisberto Clorofenil --- Realmente, foi azar. Lembrava lá ao diabo que o “CM” tirasse uma fotografia a uma stripper no Salão Erótico...

Ruiz Scolari --- A minina hoji istava com máscárilha, para não sê riconhicida...


Josué Morteirinho --- Mas eu hoje já a vi vestida de enfermeira e sem mascarilha. Anda para aí a subir aos postes e a anunciar shows lésbicos...

José Pesqueiro --- O que é um show lésbico?


(Foda-se! Mas este post não acaba?)

Acaba. Estou a ouvir o tema 8, “What’cha Talkin”.

José Pesqueiro --- Eu não percebo nada de jazz de 7. Só percebo de futebol de onze.

Dick Hard --- Ah! Ah! Ah! Boa piada, ó Pesqueiro. Anjinho como tu és em questões de táctica, nunca hás-de vir para ao meu Inferno.

José Pesqueiro --- Mas o senhor percebe alguma coisa de entremeada?

Sonia Baby --- Dão-me licença que me retire, que tenho um recorde a bater no último dia do Salão?



Luís Graça --- Ó Sonia, faça favor. Adorava que fosse a mãe dos meus filhos. Imagine que eu lhe metia pela vagina adentro um fato de super-homem. E você, só com contracções --- é capaz disso e muito mais --- paria o filho em supervelocidade. Disparava o puto da janela da Alfredo da Costa na direcção do Hotel Sheraton. O puto saía de braço esticado, para tentar salvar o Mundo, fatinho de Super-Homem e capa vermelha. Uma data de hóspedes, à janela, com caçadeiras de fosso olímpico, tentavam cortar o cordão umbilical. Quem conseguisse ganhava uma semana de férias nas Bahamas.

(Acaba mesmo o post. Tenho de mudar o CD. São 8 e 23. O dia está fosco).







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